
Nas eleições de 2022, o Senado Federal se tornou um pequeno núcleo do bolsonarismo no Congresso Nacional. Foram eleitos cinco ex-ministros do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de um ex-secretário e do ex-vice-presidente da República.
Na ocasião, Damares Alves (Republicanos-DF), Rogério Marinho (PL-RN), Tereza Cristina (PP-MS), Sergio Moro (União-PR), Marcos Pontes (PL-SP), Jorge Seif (PL-SC) e Hamilton Mourão (Republicanos-RS) se juntaram a Ciro Nogueira (PP-PI), que estava na metade do mandato.
Enquanto Marinho e Tereza assumiram a liderança de bancadas e se firmaram como oposição ao Executivo, Damares, Moro e Pontes têm aparecido menos. Enquanto os dois primeiros têm frustrado as expectativas do governo de que bolsonaristas ajudariam pelo menos nas pautas econômicas, os outros três têm servido para dar volume ao bloco durante votações e mobilizar as redes sociais.
Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, diz que tem conseguido dialogar com os ex-ministros, mas que eles sempre têm votado em bloco com outros apoiadores do ex-presidente e parlamentares de direita.
“Eu converso com todo mundo, mas, por enquanto, eu diria que, na maior parte dos casos, eles ainda jogam muito blocado, 20, 22. Às vezes o número chega a 30 e poucos porque outros se agregam, a depender do tema”, afirmou à Folha de S.Paulo.
Para Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, a oposição tem atuado de maneira “qualitativa”. Ele, no entanto, só cita Tereza, Marinho e Ciro Nogueira como parte “relevante” do embate ao governo Lula.

Ciro Nogueira, que chefiou a Casa Civil no governo Bolsonaro, é um dos principais expoentes do Centrão e voltou ao Congresso e à presidência do PP com a derrota do ex-presidente nas urnas. Ele delegou a liderança da bancada do partido a Tereza e ficou longe dos holofotes como líder da minoria.
Ciro, mesmo fazendo parte da oposição, votou a favor da reforma tributária e defendeu que os parlamentares de seu partido votassem como quisessem. Para ele, os ex-colegas de governo Bolsonaro “se saíram muito bem no primeiro ano” e destaca o trabalho da ex-ministra da Agricultura.