“Moro é serviçal dos EUA”: em 2019, Lula falou ao DCM sobre a mão grande dos americanos na Lava Jato

Atualizado em 2 de julho de 2020 às 17:56
A “força-tarefa” da Lava Jato após receber um prêmio

A mais recente matéria do Intercept destrincha como a Lava Jato trabalhava com o FBI.

Pelo menos desde 2014, o Federal Bureau of Investigation tem um programa regular de envio de agentes ao Brasil para, em tese, atuar em casos de corrupção.

Alertado pelo colega Vladimir Aras sobre a ilegalidade dessa colaboração, Deltan Dallagnol preferiu debochar.

A imiscuidade dos EUA na República de Curitiba e tudo o que havia por trás disso era tratada como teoria da conspiração.

Em junho de 2019, Lula falou disso ao DCM numa entrevista a Joaquim de Carvalho em Curitiba, ainda na prisão.

“Esse país não pode ser governado batendo continência para o governo americano. Esse país não pode ser governado de quatro para os americanos. Esse governo está destruindo o país, envergonhando o país. A sociedade precisa readquirir o direito de se indignar”, disse.

Denunciou a ação de Moro, que definiu como “um serviçal dos interesses” dos americanos.

“Os Estados Unidos não gostaram quando nós fizemos o acordo com a França para a construção de submarino de propulsão nuclear. Não gostou quando eu demonstrei que tinha interesse em fazer a compra do caça dos franceses. E não deve ter gostado quando a Dilma comprou o dos suecos porque eles queriam vender o deles”, afirmou.

“A história vai mostrar o significado da Lava Jato, o significado da retomada dos EUA de colocar a Quarta Frota no oceano Atlântico depois da Segunda Guerra Mundial. É porque nós descobrimos a mais portentosa reserva de petróleo do século 21 no limite da fronteira marítima brasileira, exatamente a 300 quilômetros da margem, que é equivalente a duzentas milhas marítimas”.

A partir do minuto 50.