Moro, que foi um péssimo juiz, terá final melancólico, diz o jurista Kakay

Atualizado em 7 de outubro de 2020 às 15:02
Kakay e Sérgio Moro. Foto: Reprodução/SBT/YouTube/Wikimedia Commons

O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, deu uma entrevista ao Estado de S.Paulo falando sobre o ex-juiz e então prestes a se tornar ministro de Jair Bolsonaro em 2018.

Confira os principais trechos, que dizem muito sobre Moro hoje, já ex-ministro:

“Ele é um péssimo juiz. Mas um homem competente, o que é diferente. É um homem que hoje, do meu ponto de vista, ao sair de Curitiba e assumir o ministério da Justiça de um presidente que ele ajudou a eleger, é um homem que usou o judiciário”.

 Nós vamos ter um embate em muito pouco tempo. Ele terá como chefe uma pessoa que não tem ideia formada sobre nada. O presidente é folclórico, nunca deve ter lido um livro, não tem um plano de segurança nacional, não tem nada, o presidente é feito de pequenas expressões que chocam mas que agradaram um eleitorado carente com essa ideia de corrupção, antipetista e tal”.

 “Assumir o ministério no governo do Bolsonaro, sendo que ele foi talvez um dos principais atores se não o principal ator, na pré-campanha e na campanha, como um juiz atuando politicamente com prisões, com manifestações, com vazamento de informações, foi um tapa na cara no judiciário”.

“Moro perdeu credibilidade, perdeu legitimidade e endossou essa ideia de que ele sempre foi passional, e agora até pode se dizer partidário – mesmo que ele não seja, essa decisão dele reforça uma ideia de partidarismo. Foi um tiro no pé”.

“É muito triste, acho que ele terá um final melancólico”.

Pedro Zambarda de Araujo
Escritor, jornalista e blogueiro. Autor dos projetos Drops de Jogos e Geração Gamer, que cobrem jogos digitais feitos no Brasil e globalmente. Teve passagem pelo site da revista Exame e pelo site TechTudo. E-mail: pedrozambarda@gmail.com