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POR BRENO ALTMAN
As esperanças de sobrevivência do ex-juiz Sérgio Moro e da Operação Lava Jato se concentram nas tentativas de desacreditar o sério trabalho de Glenn Greenwald e da equipe do The Intercept.
A Globo, mais uma vez, assume a dianteira dessa ofensiva, abandonando qualquer investigação ou repercussão sobre o mérito, dedicando-se a pautar suposto crime de invasão hacker, com o objetivo de reforçar a tese de que evidências obtidas sem autorização judicial não têm valor probatório para condenar ou inocentar.
Mas a Globo não está sozinha nessa armação.
Infelizmente vozes tida como progressistas se somam à maracutaia, de forma consciente ou inconsciente.
Circula por aí uma teoria de que Glenn Greenwald seria instrumento dos EUA para desestabilizar a Lava Jato. Para uns, com o intuito de normalizar a situação política brasileira. Para outros, com a intenção de levar a uma reação militar que imponha de vez a hegemonia neoliberal e dos interesses imperialistas.
A versão mais venal dessa tese vem de um site chamado “Duplo Expresso”, conduzido por seres comprovadamente alucinados, que fazem de sua loucura atração para caçar cliques e audiência, em ataques cada vez mais insanos contra personagens da esquerda brasileira.
Mas há vasta gama de teóricos da conspiração abraçando essas especulações que, em última instância, só servem a quem deseja blindar Moro e seus cúmplices.
Não tem a menor importância saber qual a fonte do Intercept ou seus eventuais interesses em publicar informações que desmascarem a Lava Jato.
O mensageiro é irrelevante, o que importa é a mensagem: as provas do crime de conluio que revelam ser um crime contra a pátria e a democracia a empreitada conduzida pelo atual ministro da Justiça.