
O senador e ex-juiz Sergio Moro (União-PR) decidiu atacar a jornalista Daniela Lima após revelação de que ele determinou a instalação de grampo ilegal contra autoridade com foro privilegiado. Segundo a reportagem, publicada no UOL, a Polícia Federal encontrou documentos que comprovam a autorização do então juiz para o uso das escutas.
“Apesar dos factoides do dia publicados pela jornalista favorita do PT, foi acolhida emenda de minha autoria pelo Senador Esperidião Amin, relator do PL da dosimetria, para que a redução de penas seja focada somente nos condenados pelo 8/1 (manifestantes, Bolsonaro e generais), sem atingir condenados por crimes de outra espécie”, escreveu.
PL da dosimetria: Apesar dos factoides do dia publicados pela jornalista favorita do PT, foi acolhida emenda de minha autoria pelo Senador @esperidiaoamin_ , relator do PL da dosimetria, para que a redução de penas seja focada somente nos condenados pelo 8/1 (manifestantes,…
— Sergio Moro (@SF_Moro) December 17, 2025
O parlamentar disse que está sendo alvo de notícias falsas em meio a uma investigação contra Lulinha, filho do presidente Lula. “Estranhamente, esses factoides são ressuscitados no momento em que é revelado que Lulinha está sendo investigado pela PF por suspeita de envolvimento no escândalo do roubo do INSS”, disse ele em outro post.
Então vamos lá, jornalista publica “furo” no UOL de que eu teria, em 2005, grampeado ilegalmente o ex-Presidente do TCE/PR. Primeiro, não é furo, a mesma jornalista havia dado idêntica matéria em 2023. Segundo, o fato ocorreu em 2005, há 20 anos, quando um criminoso colaborador,… pic.twitter.com/ep8p8APjFg
— Sergio Moro (@SF_Moro) December 17, 2025
A reportagem do UOL detalhou que as escutas, que incluem gravações do presidente do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), Heinz Herwig, foram feitas com base em delações de colaboradores no Paraná. A jornalista teve acesso a um grampo de 40 minutos de duração e ao despacho judicial de Moro que autorizava o monitoramento.
Moro acusou a jornalista de republicar uma matéria de 2023 e alegou que a notícia divulgada não era nova, já que os documentos haviam sido apreendidos durante uma operação policial na 13ª Vara Federal de Curitiba no início deste mês.
Moro ainda disse que o delator Tony Garcia havia se disposto a gravar novamente os suspeitos e que, na época, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) não exigia autorização judicial para gravações feitas por interlocutores de delatores. O ex-juiz também argumentou que o grampo a Herwig não gerou qualquer consequência, pois o áudio não foi utilizado para nenhuma investigação.
Os documentos revelaram que não apenas Herwig foi grampeado, mas também desembargadores e políticos com foro privilegiado. Esses grampos foram realizados por outro colaborador de Moro, o advogado Sérgio Costa, sem a devida autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que é necessário para investigar autoridades com o benefício.
A operação na Vara Federal de Curitiba foi ordenada pelo ministro Dias Toffoli e o STF está apurando as denúncias de grampos ilegais.