Foto: Leo Aversa
Morreu, neste sábado (17), a escritora Nélida Piñon, aos 85 anos. Ela era membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e foi a primeira mulher a ser presidente da instituição, em 1996.
Ruy Castro, um dos imortais da ABL, confirmou a morte da colega ao Jornal GNews, da GloboNews. “Viveu em função da literatura, viveu para a literatura, ela foi uma das primeiras mulheres a integrarem a academia e abriu portas para outras (mulheres)”, disse.
“A delicadeza, a gentileza é uma marca dela e ainda transparece na obra dela”, completou Castro.
Nélida era carioca, mas atualmente morava em Portugal. A escritora morreu em Lisboa e as causas da morte não foram divulgadas
Formada em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, ela foi a primeira mulher no mundo a presidir uma academia de letras. Com mais de 20 livros publicados, suas obras foram traduzidas em mais de 30 países. Entre eles, romances, contos, ensaios, discursos, crônicas e memórias.
Nélida também foi vencedora de dezenas de prêmios, nacionais e internacionais. Ela colaborou em diversos jornais e revistas literárias e chegou a ser correspondente no Brasil da revista “Mundo Nuevo”, de Paris.
O seu primeiro romance foi publicado em 1961, “Guia-mapa de Gabriel Arcanjo”. Em 1972, lançou “A Casa da Paixão”, considerado um de seus melhores e mais conhecidos romances, vencedor do Prêmio Mário de Andrade.
Ela ganhou o Prêmio Internacional Juan Rulfo de Literatura Latino-Americana e do Caribe, em 1995 – foi a primeira vez que a homenagem foi dada a uma mulher e para um autor de língua portuguesa. Nélida também foi ganhadora do prêmio Bienal Nestlé, na categoria romance, pelo conjunto da obra, em 1991, além de vencer o APCA e o Prêmio Ficção Pen Clube, ambos em 1985, pelo romance “A República dos Sonhos”.