
O jornalista e cronista esportivo Ruy Carlos Ostermann morreu nesta sexta-feira (27), aos 90 anos, em Porto Alegre. A informação foi confirmada por familiares. Ele estava internado desde maio no Hospital Moinhos de Vento, onde tratava uma dengue que evoluiu para complicações graves. Com informações do G1.
Segundo sua filha, Cristiane Ostermann, o quadro de saúde do pai se agravou com infecção urinária e edema pulmonar. “A doença desencadeou complicações, infecção urinária, edema pulmonar, tudo meio associado, mas a dengue foi que derrubou ele”, disse. O jornalista era um dos nomes mais respeitados da crônica esportiva brasileira e teve uma longa trajetória nos principais veículos de comunicação do Rio Grande do Sul.
Natural de São Leopoldo, Ostermann nasceu em 26 de setembro de 1934. Começou a carreira em 1962 como cronista na Folha da Manhã e Folha da Tarde. Em 1978, assumiu o comando do departamento de esportes da Rádio Gaúcha, onde também passou a participar do programa “Sala de Redação”, tornando-se seu âncora por mais de três décadas.

Conhecido como “Professor”, Ruy era formado em Filosofia e lecionou na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A alcunha carinhosa refletia não apenas sua formação acadêmica, mas também seu estilo reflexivo e didático ao comentar futebol e política.
Além do jornalismo, Ostermann também teve uma carreira política: foi deputado estadual por duas legislaturas (1982 e 1986) e ocupou os cargos de secretário estadual de Ciência e Tecnologia e de Educação no governo de Pedro Simon. Em 2002, foi o patrono da Feira do Livro de Porto Alegre.
Ruy esteve presente na cobertura de 13 Copas do Mundo, entre 1966 e 2014, e publicou diversos livros. Entre eles, o mais lembrado é “Felipão, a Alma do Penta”, em referência à conquista da Seleção Brasileira na Copa de 2002 sob comando de Luiz Felipe Scolari.
Em 2024, lançou sua biografia escrita pelo jornalista Carlos Guimarães. Na ocasião, falou sobre sua trajetória e o amor pelo jornalismo esportivo, marcando o encerramento de um ciclo de mais de 60 anos dedicados à comunicação, à educação e à política.
Com seu estilo culto, firme e afetivo, Ruy Carlos Ostermann deixa um legado inestimável para o jornalismo esportivo e a cultura gaúcha. A morte do Professor marca o fim de uma era para a crônica esportiva brasileira.