A indígena ianomâmi que teve sua foto divulgada neste sábado (21) apresentando grave situação de desnutrição morreu. A informação foi divulgada em uma nota neste domingo (22) pela Urihi Associação Yanomami. Por questões culturais, a organização pediu a interrupção do compartilhamento da imagem dela.
“Na cultura Yanomami, após o falecimento, não pronunciamos o nome da pessoa, queimamos todos os seus pertences, e não permitimos que fotografias permaneçam sendo divulgadas”, explica a associação.
Na imagem que foi divulgada para a denúncia da crise de saúde dos indígenas, mostrava uma idosa em grave estado de desnutrição, com braços e pernas muito fragilizadas e muito magra, em pé.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira-dama Janja Lula da Silva visitaram o estado acompanhado de ministros. Além do problema de acesso à alimentação, há uma crise sanitária, com casos de malária e outras doenças.
“Estamos vivenciando uma crise humanitária, e sabemos que o governo se mobilizou buscando ações que ofereçam todo o suporte que a população necessita neste momento. É um momento triste, mas continuamos com toda força para que o povo Yanomami tenha sua dignidade de volta”, diz outro trecho da nota.
O Ministério da Saúde disponibilizou neste domingo um formulário de inscrições para que profissionais de saúde se apresentem para trabalhar voluntariamente no território ianomâmi. Na última sexta-feira (20), a pasta havia decretado emergência em saúde pública em decorrência da desassistência do povo ianomâmi.
Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, ao menos 570 crianças ianomâmis morreram de fome e por contaminação com mercúrio nos últimos quatro anos, principalmente devido à atuação de garimpeiros ilegais.
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