
O câncer colorretal, tipo diagnosticado em Preta Gil, tem aumentado entre pessoas com menos de 50 anos e preocupa especialistas.
A cantora, que morreu neste domingo (20), aos 50 anos, foi diagnosticada com a doença em janeiro de 2023. Após um período de remissão, anunciado em dezembro, ela revelou, em agosto de 2024, que o câncer havia retornado, já com metástase em quatro áreas: linfonodos, peritônio e ureter.
Segundo relatório da American Cancer Society, publicado em janeiro de 2024, houve crescimento expressivo da doença nas faixas dos 20, 30 e 40 anos. Além de surgir mais cedo, esse tipo de câncer tende a ser mais agressivo e, muitas vezes, é diagnosticado em estágios avançados.
O rastreamento do câncer de intestino, que inclui exame de sangue oculto nas fezes e colonoscopia, passou a ser recomendado a partir dos 45 anos para todos os adultos, mesmo sem sintomas. A antecipação da triagem se deve ao aumento de casos entre os jovens.
Entre os sinais de alerta estão alterações no hábito intestinal, sangue nas fezes, dores abdominais e fezes mais finas ou alongadas.
O câncer colorretal afeta o cólon e o reto, regiões do intestino grosso, e está entre os tipos mais comuns no Brasil, segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer).
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Embora fatores genéticos influenciem, médicos investigam também causas ambientais. Estudos iniciais indicam que pacientes jovens podem apresentar desequilíbrio de bactérias intestinais, com predominância de espécies “ruins” em relação às “boas”.
“Em muitos casos, a recidiva pode ser mais desafiadora de tratar do que o câncer inicial, porque costuma indicar um comportamento biológico mais agressivo da doença”, explicam especialistas.
No caso de Preta, a doença havia se espalhado para os linfonodos, o peritônio (membrana que reveste órgãos como intestino e fígado) e o ureter.
O tratamento do câncer colorretal varia conforme o estágio. Nos casos iniciais, costuma ser resolvido com cirurgia. Quando há comprometimento dos linfonodos, é comum o uso de quimioterapia preventiva. Já nos quadros com metástase, como o de Preta Gil, a quimioterapia torna-se a principal ferramenta para conter o avanço da doença e melhorar a qualidade de vida.