Morte de Rita Lee: Com o Tutti Frutti, a predominância do rock

Com os rapazes de Perdizes, Rita compõs canções com temas que tratavam de feminino, independência e liberdade

Atualizado em 9 de maio de 2023 às 11:31
Rita Lee e Tutti Frutti. Foto: Reprodução

POR LEA PRADO

Ainda bem que Rita não ficou na cama chorando depois de ser expulsa dos Mutantes.

Magoada sim, mas não destruída.

De volta a casa dos pais, e cada vez mais confiante com seu violão e sua voz, ela compõe a música Mamãe Natureza.

Sem banda e por conta de um convite que havia recebido para abrir a apresentação dos Mutantes, procurou a cantora Lúcia Turnbull, criaram a dupla de folk rock As Cilibrinas do Éden.

A dupla performou apenas uma vez. “Pós-fiasco acústico das Cilibrinas, resolvi eletrificar-me novamente”, escreveu ela em seu livro autobiográfico.

Lúcia conhecia uns músicos da Pompeia e apresentou-os a Rita – Emilson Colantonio, baterista; Lee Marcucci no baixo e Luis Sérgio Carlini na guitarra.

A formação ganhou o nome de Tutti-Frutti.

Depois de muitos corres, a banda assinou com a gravadora.

Atrás do Porto Tem uma Cidade (1974) foi o primeiro disco lançado por Rita Lee & Tutti-Frutti, com faixas como De pés no chão, Circulo Vicioso e Menino Bonito, faixa que incluiu arranjo sem a permissão da cantora – um dos motivos para que ela rompesse com a gravadora.

O disco seguinte, Fruto Proibido, saiu em 1975 e é considerado um clássico da cantora.

Com ele Rita Lee trazia composições que tratavam de temas femininos, abordando independência e liberdade.

O álbum de capa rosa elevou a cantora como roqueira no cenário nacional.

É dele clássicos como Ovelha Negra e Esse tal de roquenrou, em parceria com Paulo Coelho e composições solo como Luz Del Fuego e Dançar para não dançar.

Entradas e Bandeiras, de 1976, trouxe destaque para a música Coisas da Vida, composta por Rita, que segundo ela “viajando no ácido”. Ainda trazia as músicas Departamento de Criação e Com a Boca no mundo.

Último disco em parceria com a banda Tutti-Frutti foi Babilônia, em 1978.

Elogiado pela crítica, o LP tinha faixas como Eu e meu gato, tem de novela exibida na Rede Globo, além de trazer como tecladista Roberto de Carvalho, e Miss Brasil 2000, refletindo, agora, a postura mais rebelde e debochada de roqueira.

Se durante a maior parte dos anos 70, predominou o rock and roll como gênero musical, no disco Rita Lee, de 1979, a cantora empregou também outros ritmos.

Talvez influência do novo parceiro afetivo e musical, Roberto de Carvalho.

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