Morte do miliciano Adriano Nóbrega, ligado a Flávio Bolonaro, é um recado para Queiroz. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 9 de fevereiro de 2020 às 11:18
Adriano Nóbrega, morto na Bahia

A morte do miliciano Adriano Nóbrega tem que ser tratada como um recado para as demais pontas soltas do esquema envolvendo os Bolsonaros.

Especialmente o Queiroz, o homem da rachadinha.

O Escritório do Crime, bando de que ele era chefe, é suspeito de participação no assassinato de Marielle Franco.

Oficialmente, Adriano pereceu após um confronto com PMs na manhã de domingo (9), na zona rural da cidade de Esplanada, na Bahia.

Adriano estaria sendo monitorado pela Secretaria de Segurança Pública e foi localizado por equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) Litoral Norte e da Superintendência de Inteligência (SI) da Secretaria da Segurança Pública em um imóvel.

Encontraram com ele uma pistola austríaca calibre 9mm. Dentro do imóvel, mais três armas.

Adriano estava foragido há mais de um ano, após a Operação Intocáveis. Tinha contra ele um mandado de prisão expedido em janeiro de 2019.

Era amigo de Fabrício Queiroz.

Sua mulher e sua mãe, Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega e Raimunda Veras Magalhães, trabalharam no gabinete de Flávio Bolsonaro.

Queiroz é acusado de receber dinheiro de duas pizzarias controladas por Adriano. Dois repasses vieram das empresas controladas por Adriano, de acordo com os investigadores.

Queiroz segue com a quimioterapia no hospital Albert Einstein, em São Paulo, mas não está mais morando no Morumbi.

Voltou a desaparecer.

Fica patente, mais do que nunca, o recado de que ele sabe com quem está mexendo e qual será seu destino se não se cuidar.

Chama-se queima de arquivo.