Mortes por intoxicação com metanol em SP chegam a cinco; PF abre inquérito

Atualizado em 30 de setembro de 2025 às 21:37
Pessoas segurando garrafas de bebida alcoólica
Garrafas apreendidas durante fiscalização em bar na Mooca, zona leste de São Paulo – Divulgação/Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo

O número de mortos por intoxicação com metanol em São Paulo subiu para cinco, segundo informou nesta terça-feira (30) o secretário estadual da Saúde, Eleuses Paiva. Os casos foram registrados tanto na capital quanto na região metropolitana. Ao todo, há 22 ocorrências notificadas: sete confirmadas e 15 em investigação. Com informações da Folha de S.Paulo.

A declaração foi feita durante entrevista no Palácio dos Bandeirantes, ao lado do governador Tarcísio de Freitas e do secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite. Eleuses explicou que, até o momento, apenas uma das mortes teve confirmação de ligação direta com a ingestão de bebida adulterada com metanol.

O governador anunciou que bares e adegas que apresentarem qualquer indício de venda de bebida adulterada serão interditados preventivamente. “Não podemos deixar [o estabelecimento] continuar comercializando bebida se temos uma suspeita de que está comercializando bebida fraudada. É uma forma também de checarmos toda a documentação e garantir a segurança da população”, disse Tarcísio.

Fiscal da Vigilância Sanitária de costas
Registro de ação em bares – Divulgação/Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo

Especialistas afirmam que a contaminação por metanol costuma ocorrer em casos de falsificação, quando a substância tóxica é usada para aumentar o teor alcoólico de forma mais barata. O produto não altera o sabor ou cheiro da bebida, só podendo ser detectado em análises laboratoriais. A origem do metanol ainda não foi identificada, e a Polícia Civil apura os locais por onde passaram os pacientes intoxicados.

Em Brasília, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou que a Polícia Federal abriu na segunda-feira (29) um inquérito para investigar os casos. A apuração busca identificar a procedência da substância, verificar se há distribuição em outros estados e avaliar eventual envolvimento de grupos criminosos.

Lewandowski classificou a situação como grave e destacou que os indícios apontam para uma rede que pode ultrapassar os limites de São Paulo. O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, disse que a investigação será conduzida em conjunto com a Polícia Civil paulista e que as respostas devem surgir “em um curto espaço de tempo”.

Jessica Alexandrino
Jessica Alexandrino é jornalista e trabalha no DCM desde 2022. Sempre gostou muito de escrever e decidiu que profissão queria seguir antes mesmo de ingressar no Ensino Médio. Tem passagens por outros portais de notícias e emissoras de TV, mas nas horas vagas gosta de viajar, assistir novelas e jogar tênis.