Risco de motim faz corregedoria tentar impedir presença ilegal de PMs em ato pró-Bolsonaro

Atualizado em 29 de agosto de 2021 às 22:51
Governo paulista se preocupa com a adesão, por militares de alta patente, ao bolsonarismo – Foto: Governo de São Paulo

Uma operação da Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo (PM-SP) tentará coibir a presença ilegal de policias militares fardados ou armados na manifestação pró-governo Jair Bolsonaro (sem partido) no dia 7 de setembro na avenida Paulista.

Policiais que estariam de folga e que trabalham em áreas administrativas foram convocados para reforçar a ação, referida pela direção da Corregedoria como “patrulhamento disciplinar”. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Promotores do Tribunal de Justiça Militar haviam solicitado ao órgão de controle da PM-SP informações sobre as providência tomadas para evitar a ida às ruas de militares da ativa. Em resposta, a Corregedoria comunicou a realização do patrulhamento.

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O planejamento se dá diante de um possível motim de policiais militares que apoiam Bolsonaro, reivindicando abertamente um golpe de estado e o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Embora proibida pelo Regulamento Disciplinar da PM paulista, deputados alinhados a Bolsonaro defendem a presença de policiais na manifestação. Entre eles estão Coronel Tadeu (PSL) e Major Mecca (PSL), oficiais da reserva da corporação de São Paulo.

A Associação Nacional dos Militares Estaduais do Brasil (Amebrasil) divulgou nota afirmando que as PMs seguirão o Exército no caso de “defesa interna ou de ruptura institucional (estado de sítio ou de defesa)”.

Os promotores ressaltaram o caráter ilegal da participação dos militares, com base nos parágrafos 3º e 4º do artigo 8º do Regulamento.

“É absolutamente proibido a militares da ativa a participação em manifestações políticas, bem como opinar sobre assunto político e externar pensamento e conceito ideológico”, escreveu também o procurador de Justiça Pedro Falabella, do Tribunal de Justiça Militar.

Publicado originalmente no Brasil de Fato

Edição: Arturo Hartmann