Motta e Alcolumbre apoiam Lula, enterram anistia e chutam Bolsonaro

Atualizado em 16 de julho de 2025 às 11:29
Hugo Motta, presidente da Câmara, Geraldo Alckmin, vice-presidente do Brasil, e Davi Alcolumbre, presidente do Senado. Foto: reprodução

Os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmaram nesta quarta-feira (16) que o Congresso está unido em defesa da soberania brasileira contra as tarifas de 50% impostas pelo governo dos Estados Unidos, escanteando de vez o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus pedidos por anista. A declaração foi feita após reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e a ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais).

Em vídeo divulgado à imprensa, Alcolumbre classificou as medidas estadunidenses como uma “agressão” e afirmou que a Casa Legislativa está pronta para apoiar o governo na reação. “O Parlamento brasileiro está unido em torno da defesa dos interesses nacionais. Temos a compreensão, Câmara e Senado, que vamos defender a soberania nacional, os empregos dos brasileiros, os empresários brasileiros”, disse.

O presidente do Senado destacou ainda que a resposta brasileira deve ser liderada pelo Poder Executivo, elogiando o presidente Lula (PT) por ter designado Alckmin para coordenar a reação: “Vejo nesse momento de agressão ao Brasil e aos brasileiros, isso não é correto. E temos que ter firmeza, resiliência, e tratar com serenidade essa reação”.

Lei da Reciprocidade como instrumento

Hugo Motta ressaltou que a Câmara está pronta para apoiar as medidas do governo, citando a recente aprovação da Lei da Reciprocidade Econômica como exemplo de ação conjunta.

“Aqui temos mais um momento de unidade nacional, em proteção à nossa indústria, nossos empregos e relações diplomáticas com os demais países”, afirmou.

O presidente da Câmara foi enfático ao defender a soberania nacional: “Não tenho a menor dúvida de que hoje a nossa população entende que o Brasil não pode ser levado a situações em que decisões externas venham a interferir na nossa soberania. Brasil hoje tem uma importância muito grande no cenário mundial”.

O vice-presidente Geraldo Alckmin, que coordena a resposta do governo às tarifas estadunidenses, reiterou as críticas à decisão de Trump: “Na questão comercial entendemos que há equívocos do governo dos Estados Unidos, porque tem superávit na balança comercial. É inadequado, injusto e vamos trabalhar juntos para reverter”.

A posição da cúpula do Congresso aprofunda o isolamento político do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus filhos, que vinham defendendo a anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro como condição para reverter as tarifas. Nem Alcolumbre nem Motta mencionaram o tema durante as declarações.