Motta e Alcolumbre faltam à cerimônia do IR e aumentam crise com o governo

Atualizado em 26 de novembro de 2025 às 12:28
Hugo Motta, Lula e Davi Alcolumbre. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Os presidentes do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta  (Republicanos-PB), decidiram não comparecer à cerimônia em que o presidente Lula sancionou a lei que eleva a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. O evento ocorre nesta quarta (26), no Palácio do Planalto.

Segundo a coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo, Lula esperava a presença dos dois, já que a proposta foi aprovada pelo Congresso e ambos haviam sido convidados para discursar. A ausência foi combinada entre os presidentes do Senado e da Câmara e tornou pública a crise que vinha sendo contida nos bastidores.

Até agora, Alcolumbre e Motta direcionavam seu descontentamento aos líderes do PT, Jaques Wagner no Senado e Lindbergh Farias na Câmara. Segundo aliados, a intenção dos dois parlamentares foi deixar claro que a insatisfação ultrapassou divergências pontuais e se transformou em um problema direto com o Planalto.

No caso de Alcolumbre, o atrito começou quando Lula escolheu o advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, para ocupar a vaga deixada no Supremo Tribunal Federal (STF) com a aposentadoria de Luís Roberto Barroso. O senador defendia a indicação de Rodrigo Pacheco.

Geraldo Alckmin, Lula e Fernando Haddad durante sanção do projeto que isenta Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil, nesta quarta (26). Foto: Reprodução

Nesta semana, Alcolumbre marcou a sabatina do indicado para 10 de dezembro, datas próximas ao fim do ano legislativo. A avaliação interna é de que o calendário reduz o tempo de negociação do governo e pressiona a articulação política para acelerar o processo.

Motta também acumula embates recentes com o Executivo. Ele liderou a articulação que derrubou na Câmara a proposta de aumento do IOF e entrou em conflito com o governo durante a tramitação do Projeto de Lei Antifacção. Na ocasião, escolheu para a relatoria o deputado Guilherme Derrite, visto como adversário do Planalto, escolha contestada pelo PT.

Motta diz que vem sofrendo ataques do partido do presidente, especialmente após críticas públicas de Lindbergh Farias, que o classificou como aliado de banqueiros e bilionários.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.