O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), se reuniu nesta quarta-feira (3) com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP). Com informações do jornal O Globo.
O encontro discutiu a tramitação do projeto de lei de anistia ao 8 de janeiro, que pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), além de avaliar o impacto político do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a trama golpista.
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Após a reunião, Motta participou de um jantar em Brasília com aliados, enquanto Tarcísio retornou a São Paulo. No Palácio dos Bandeirantes, o governador recebeu o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), e o pastor Silas Malafaia, que também articula em defesa da anistia. A expectativa é que o tema seja debatido já na próxima reunião de líderes da Câmara, prevista para a semana que vem.
A movimentação do governador paulista é vista como parte de uma estratégia política mais ampla. Dirigentes do PP, União Brasil, Republicanos e PL, com apoio parcial de PSD e MDB, avaliam que a pauta da anistia está servindo para consolidar uma coalizão de oposição voltada para as eleições de 2026. O objetivo é viabilizar Tarcísio nacionalmente, com aval de Bolsonaro, e alinhar partidos de direita em torno de uma agenda comum no Congresso.
Segundo interlocutores, Tarcísio precisa demonstrar força política em São Paulo para se consolidar como nome viável da direita em 2026. Líderes do Centrão, como Ciro Nogueira e Valdemar Costa Neto (PL), pressionam para que Bolsonaro dê sinal verde e o apresente como candidato da extrema-direita.
O conteúdo do projeto de anistia, porém, ainda divide aliados. Setores bolsonaristas defendem que a proposta inclua a reversão da inelegibilidade e impeça condenações judiciais, enquanto partidos de centro articulam uma versão mais restrita. O objetivo seria avançar com um texto que atenda parcialmente às demandas, sem garantir a recuperação plena dos direitos políticos de Bolsonaro.
A pressão por parte do PL, do PP e do União Brasil é para que a anistia seja ampla o suficiente para barrar uma eventual condenação no STF. Ao mesmo tempo, lideranças como Gilberto Kassab (PSD) e Marcos Pereira (Republicanos) mantêm apoio à pauta, mas defendem ajustes no conteúdo antes da votação. As negociações seguem intensas para definir os rumos do projeto dentro da Câmara.