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O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), classificou como “péssimo” e “horrível” o recorde de desmatamento da Amazônia Legal em abril, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Mourão, que é presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, afirmou nesta segunda-feira (9) que é preciso identificar “onde está havendo falhas” no trabalho do governo.
O vice-presidente também falou sobre a falta de dinheiro do governo para investir na preservação da floresta. “O nosso problema para melhorar a fiscalização é que a gente consiga implantar o sistema de bases fixas que está previsto no plano aí no Guardiões do Bioma, mas aí depende de recurso”, disse.
Os dados do Inpe foram divulgados na última sexta-feira (6) e mostram que os alertas de desmatamento na Amazônia em abril atingiram 1.012,5 km² de floresta.
É a primeira vez que o desmatamento ultrapassa a casa de 1.000 quilômetros quadrados nos primeiros quatro meses do ano. Pode haver aumento no dado, considerando que o Inpe divulgou a taxa registrada até o dia 29 do mês passado.
O dado indica um aumento de 74% em relação aos alertas de desmate registrados em abril de 2021, cerca de 580,5 km², número que também era o recorde para o mês.
Mourão comentou sobre a possibilidade de pessoas estarem se aproveitando do fato de 2022 ser ano de eleições para infringirem as regras da área. “Nós estamos num processo eleitoral. Então, vamos dizer, assim, há uma vigilância menor na tese deles. É muita gente operando na ilegalidade”, afirmou.
O vice-presidente disse ainda que não esperava um número tão negativo porque “houve um tempo em que o satélite não estava enxergando alguma coisa e os dados não estavam aparecendo”.
“Os maiores índices nesse mês de abril foram lá no Estado do Amazonas, naquela região sul do Amazonas, uma região um pouco complicada ali, ao longo da BR-230, ali [próximo de] Humaitá e Apuí. Então, tem que ver o que está havendo, onde é que nós estamos errando”, disse.