Mourão cresce com o silêncio de Moro diante da iniquidade de Bolsonaro. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 25 de janeiro de 2019 às 13:25
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Hamilton Mourão deu mais uma demonstração de que está pronto para assumir o cargo das mãos de Jair Bolsonaro, de quem discorda frontalmente em temas capitais.

Cresce não apenas na iniquidade de Jair, mas no silêncio cúmplice de Sergio Moro.

Nesta sexta-feira, o vice comentou sobre o caso de Jean Wyllys, que declarou ter sofrido ameaças e, ao temer pela própria vida, decidiu não assumir a vaga na Câmara e sair do Brasil.

Enquanto isso, os Bolsonaros incitam seus cachorros com factoides sobre a participação do antigo desafeto na facada em Juiz de Fora.

“Eu acho que quem ameaça parlamentar está cometendo um crime contra a democracia, porque uma das coisas mais importantes é você ter sua opinião e ter liberdade para expressar sua opinião”, falou o general.

“Os parlamentares estão ali eleitos pelo voto, representam os cidadãos que votaram nele. Quer você goste, quer você não goste das ideias do cara, você ouve. Se gostou, bate palma. Se não gostou, paciência.”  

Fez uma ponderação óbvia: “Temos que aguardar quais são essas ameaças porque ele falou de forma genérica. Quando a gente diz que está ameaçado tem que dizer por quem, como”.

A renúncia de JW é traumática. Está abrindo mão de seus votos. Não havia esse precedente na história do Brasil. Um estado miliciano, corrupto e idiocrata se avizinha.

“Mesmo diante da Medida Cautelar que me foi concedida pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da OEA, reconhecendo que estou sob risco iminente de morte, o Estado brasileiro se calou; no recurso, não chegou a dizer sequer que sofro preconceito, e colocaram a palavra homofobia entre aspas, como se a homofobia que mata centenas de LGBTs no Brasil por ano fosse uma invenção minha. Da polícia federal brasileira, para os inúmeros protocolos de denúncias que fiz, recebi o silêncio”, denunciou Jean.

Mourão é porta voz da ala militar cada vez mais incomodada com as denúncias contra Flávio Bolsonaro, cuja lama já chega ao pai e não demora estará no colo de toda a família.

Para quem acreditava em Sergio Moro como reserva moral desse manicômio, surge um velho soldado disposto a chutar o capitão e restabelecer o mínimo de decência para não ser arrastado para o buraco do Jair.