Mourão e Bolsonaro têm tanto medo do povo que criminalizam protestos antes de ocorrerem. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 3 de junho de 2020 às 17:46
Mourão e Bolsonaro

O artigo do general Hamilton Mourão no Estadão é revelador de como ele nunca foi uma alternativa “moderada” a Jair Bolsonaro.

Antes, é uma extensão do capitão.

Mourão e os militares estão montados no cavalo Bolsonaro e não estão nem um pouco interessados em voltar aos quartéis.

Estiveram durante 21 anos no poder. Voltaram e pegaram gosto pela coisa.

Segundo o vice, os manifestantes que tomaram as ruas em São Paulo no domingo, em Curitiba na segunda-feira e em Manaus na quarta são baderneiros.

Estão, garante ele, ligados a movimentos extremistas internacionais, dispostos a incendiar as ruas a partir de uma insensata “extrapolação” de declarações do presidente e de seus apoiadores.

Tentarão desestabilizar o governo e “importar” conflitos de outros países, como os raciais, que nada têm a ver conosco.

Esses manifestantes, diz Mourão, devem ser conduzidos “debaixo de vara” aos tribunais, sob força da lei e da ordem.

Mourão busca criminalizar quem resiste ao fascismo e avisar que o Exército não terá receio em endurecer.

É uma medida profilática: o sujeito tem medo do que virá.

É terror do povo, o grande fantasma de todo candidato a tirano.

Mourão e cia. vêem o que está acontecendo nos EUA ou no Chile e entram em pânico.

Quando Sara Winter organizou uma marcha neonazista em frente ao STF, ele é tchutchuca. Com democratas, ele é tigrão.

É inútil, porque a marcha da História não se deterá diante de cara feia.