
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) demonstram tranquilidade diante das manifestações organizadas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o pastor Silas Malafaia, que pedem o impeachment do ministro Alexandre de Moraes.
O ato, realizado na Avenida Paulista, em São Paulo, durante o feriado de 7 de setembro, contou com cerca de 45 mil pessoas, um número bastante inferior aos 185 mil que participaram da mobilização de fevereiro, conforme dados da USP.
Para a maioria dos ministros do STF, especialmente os nove que não foram indicados por Bolsonaro, a tendência é que Moraes perca protagonismo nas manifestações com o passar do tempo, conforme as decisões passem a ser compartilhadas entre os membros da Corte.
A avaliação foi divulgada pelo colunista Paulo Capelli, do Metrópoles, e sugere que os argumentos apresentados pela Polícia Federal (PF), pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelo próprio plenário do Supremo devem retirar parte da pressão sobre Moraes.

O aumento das críticas contra Moraes e o fortalecimento do movimento pró-impeachment não preocupam a liderança do STF. Mesmo que o grupo afirme ter conseguido 36 votos favoráveis ao afastamento, esse número é insuficiente para alcançar os 54 votos necessários no Senado, que conta com 81 senadores.
Outro fator que enfraquece o movimento é a postura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que não sinaliza disposição para avançar com um processo de impeachment contra o ministro.
Pacheco destacou que decisões judiciais, mesmo quando controversas, podem ser contestadas por meio de recursos no sistema jurídico. “Sempre tive muita prudência ao avaliar impeachment em relação a atos jurisdicionais”, afirmou Pacheco.