MP abre inquérito contra prefeita bolsonarista que jogou livros no lixo em SC

Atualizado em 20 de abril de 2024 às 20:02
A prefeita bolsonarista de Canoinhas (SC), Juliana Maciel Hoppe (PL). Foto: Reprodução

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) deu início a uma investigação preliminar para examinar as ações de uma prefeita bolsonarista que foi filmada jogando livros no lixo.

O procedimento preliminar foi instaurado na última sexta (19) e, caso haja suspeitas de irregularidades, a investigação será aprofundada em um inquérito. A 1ª Promotoria de Justiça de Canoinhas, responsável pela área de infância, juventude e educação, iniciou uma análise para averiguar o descarte dos livros, conforme informou a assessoria do MP.

A prefeita de Canoinhas, Juliana Maciel (PL), protagonizou um vídeo em que descartava dois livros no lixo, rotulando-os como “porcaria”. Os títulos eram “As melhores do analista de Bagé”, de Luís Fernando Veríssimo, e “Aparelho sexual e cia”, de Philippe Chappuis, e Helene Bruller. A gravação foi divulgada na última quinta (18).

Os livros estavam em uma biblioteca no distrito de Marcílio Dias, em Canoinhas, inaugurada pelo projeto Mundoteca em 19 de novembro de 2022, durante o mandato de Juliana como prefeita e enquanto Bolsonaro estava na presidência. A prefeita culpou o PT e o governo federal pela presença das obras na biblioteca.

Juliana Maciel (PL), prefeita de Canoinhas (SC). Foto: Reprodução

A Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República esclareceu que o Mundoteca não é uma iniciativa do governo, destacando que a seleção das obras de acordo com a faixa etária é responsabilidade da prefeitura, e o governo federal apenas fornece incentivos por meio da legislação cultural.

Juliana Maciel afirmou um dia após o vídeo que não tinha intenção de criar polêmicas e expressou preocupação com as crianças, argumentando que os livros não eram apropriados para elas. Ela mencionou que a responsabilidade pela seleção das obras cabe à editora.

A prefeita não esclareceu quantos livros foram de fato descartados. Além disso, não foram fornecidas informações sobre quais livros foram eventualmente transferidos para bibliotecas destinadas a adolescentes, jovens e adultos, quais obras foram revisadas pelo município e por que não houve uma seleção adequada quando a biblioteca foi inaugurada.

Veja o vídeo:

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