MP aciona TCU para investigar fiscalização do Banco Master feita pelo BC

Atualizado em 20 de novembro de 2025 às 10:31
Fachada do prédio do Banco Master, no Itaim Bibi, em São Paulo. Foto: Maria Isabel Oliveira

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) quer que a Corte investigue possíveis falhas do Banco Central na supervisão do Banco Master, liquidado extrajudicialmente na última terça-feira (18), conforme informações do G1.

O pedido, assinado pelo subprocurador-geral Lucas Furtado, também solicita que o TCU avalie riscos sistêmicos decorrentes da quebra do banco e acompanhe todo o processo de liquidação.

Na representação, Furtado afirma que a liquidação de um banco do porte do Master pode gerar “impactos profundos e de grande magnitude no sistema financeiro nacional”, criando prejuízos em cascata que afetariam credores, investidores e correntistas — especialmente os mais vulneráveis.

Para ele, o caso sugere “a possibilidade de um histórico de falhas na fiscalização e supervisão” por parte do Banco Central, responsável por zelar pela estabilidade do SFN.

TCU deve avaliar supervisão e propor medidas

O subprocurador pede que o TCU examine a atuação do BC, realize auditoria operacional para verificar procedimentos de fiscalização e identifique eventuais omissões. Caso haja irregularidades, o MP solicita providências para responsabilizar agentes públicos e privados envolvidos.

Furtado defende ainda uma postura “mais transparente e responsiva” do Banco Central para preservar a confiança da população no sistema financeiro.

Banco Central inicia encerramento de milhares de contas
Banco Central do Brasil. Foto: Reprodução

Liquidação extrajudicial e encerramento das operações

A liquidação extrajudicial decretada pelo BC encerra as operações do Banco Master, transfere o controle a um liquidante e inicia o processo de venda de bens e pagamento de credores. A instituição deixa de integrar o sistema financeiro nacional após a conclusão desse procedimento.

Além disso, o banqueiro Daniel Bueno Vorcaro, de 42 anos, dono do Banco Master, foi preso pela Polícia Federal na noite desta segunda-feira (17).

Ele era investigado desde a intervenção do Banco Central na instituição, que atravessava crise de liquidez e deterioração financeira. O banco oferecia CDBs com remuneração acima da praticada no mercado para atrair recursos.