MP diz que Lucas Bove ameaçava Cíntia Chagas com pistola fumando maconha

Atualizado em 23 de outubro de 2025 às 23:16
Deputado Lucas Bove (PL-SP) e a influenciadora Cíntia Chagas – Foto: Reprodução

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou nesta quinta-feira (23) o deputado estadual Lucas Bove (PL) por violência psicológica, ameaça, perseguição e lesão corporal contra a ex-esposa, a influenciadora Cíntia Chagas. A promotoria também pediu a prisão preventiva do parlamentar, alegando descumprimento reiterado de medidas protetivas impostas pela Justiça desde 2024.

De acordo com a denúncia, Bove tinha o hábito de fumar maconha e apontar sua arma de fogo para a ex-companheira, alegando tratar-se de uma “brincadeira”. Em um dos episódios relatados, o parlamentar teria apertado o mamilo de Cíntia diante de uma amiga da influenciadora, comportamento descrito pelo Ministério Público como “intimidação ostensiva”.

O documento ainda cita outras situações de agressão e humilhação. Em uma ocasião, Bove teria jogado uma faca na perna de Cíntia e a ameaçado de morte, afirmando que seu segurança esconderia o corpo. Segundo o MPSP, o deputado também agia com ciúmes excessivos, impunha restrições profissionais e exigia provas sobre a localização da ex-esposa.

A promotora Fernanda Raspantini Pellegrino destacou que o deputado ignora as determinações judiciais “por acreditar que não será responsabilizado”, mesmo após advertências formais. Desde a separação, em setembro de 2024, Bove teria feito publicações nas redes sociais com referências diretas à ex-mulher, violando as decisões da Justiça.

Em nota, a defesa de Cíntia, representada pela advogada Gabriela Manssur, afirmou que a denúncia “representa um marco importante para as mulheres na busca pela verdade, pela responsabilização e pela dignidade da vítima”. A influenciadora relatou que passou a usar antidepressivos e veículo blindado após as ameaças.

Lucas Bove, por sua vez, declarou nas redes sociais que a Delegacia da Mulher “afastou as acusações de violência física” e que foi indiciado apenas por violência psicológica. O parlamentar disse ainda que há um laudo apontando ausência de dano psicológico, mas que o documento “foi ignorado pela investigação”.