MP investigará ex-PM bolsonarista que apoiou necrofilia em aula de cursinho

O Ministério Público do Paraná (MPPR) abrirá uma investigação sobre a fala criminosa de Evandro Guedes, ex-PM e professor de cursos preparatórios, na qual ele minimizou e zombou da pena relacionada ao crime de violação sexual de cadáveres.

A declaração, dada durante uma aula da Alfacon Concursos Públicos, viralizou nas redes sociais, levando o MPPR a incluí-la em um inquérito já em andamento contra a instituição.

“Aí você passa num concurso de técnico de necropsia de nível médio. Aí você tá lá e vem uma menina do ‘Pânico na TV’ morta. Meu irmão, com aquele rabão e ela enfartou de tanto tomar bomba, enfartou na porta do necrotério”, disse Evandro na ocasião.

“Duas horas da manhã, não tem ninguém. Você bota a mão: ‘Uhmmm, quentinha ainda’. O que você vai fazer? Vai deixar esfriar? Meu irmão, eu assumo o fumo de responder pelo crime. Meu irmão, o difícil vai ser você arrumar uns travesseiros porque c**** ela de bruços não dá”.

Apesar de Guedes alegar ser um exemplo fictício para ilustrar uma situação de direito penal, o MPPR avalia a conduta como uma “suposta violação sexual de mulher morta”, enquadrada no Código Penal com pena de 1 a 3 anos de detenção, além de multa.

Investigação em andamento contra a instituição

O MPPR informou que a investigação visa apurar condutas de professores da instituição, que incluem violação de direitos, preconceito, discurso de ódio e incitação à prática de crimes.

Vale ressaltar que a Alfacon já estava sob investigação por outras declarações polêmicas, incluindo uma anterior de Guedes sobre gostar de bater nas pessoas.

“Adivinha onde dava as brigas? No puteiro. ‘Evandro, você já bateu em muita gente?’ Já. Inclusive nas putas, entrava, tomava todo mundo borrachada. ‘Evandro, você era violento na PM?’ Muito violento”, declarou o ex-PM.

Amigo próximo de Eduardo Bolsonaro

Em vídeos que circulam nas redes, Evandro já demonstrou claro apoio e admiração pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Guedes, em suas próprias palavras, afirma ser “fã” do filho 03 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Um cara muito bacana. Sou seu fã em todos os aspectos da vida. Estou junto na batalha com teu pai”, afirmou o docente em referência a Jair Bolsonaro.

Resposta da Alfacon

Acerca das imagens em que Evandro defende a necrofilia, a AlfaCon afirmou que o vídeo está em total desacordo com suas diretrizes e foi removido. A plataforma também disse que o material que viralizou foi editado de forma a distorcer o contexto original.

Guedes, por sua vez, negou ter defendido a prática criminosa, argumentando que se referia a um exemplo fictício e caricato para ilustrar uma situação do direito penal.

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