O Ministério Público de São Paulo (MPSP) solicitou à Justiça uma pena mínima de 18 anos em regime fechado para Igor Sauceda, acusado pela morte do motociclista Pedro Kaique Ventura Figueiredo. A denúncia por homicídio triplamente qualificado foi aceita pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).
O crime ocorreu após uma colisão entre o Porsche e a motocicleta na Avenida Interlagos, zona sul de São Paulo. Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que o carro de luxo perseguia a moto em alta velocidade.
A colisão resultou na morte de Pedro, que foi socorrido ao Hospital do Grajaú, mas não resistiu aos ferimentos. A namorada do empresário, que estava no carro, sofreu ferimentos leves. O acidente teria sido motivado por uma briga de trânsito.
Testemunhas no local afirmaram que ele teria perseguido o motociclista devido a um desentendimento relacionado ao retrovisor do veículo. No entanto, o advogado de defesa dele, Carlos Bobadilla, negou que o incidente tenha sido intencional, alegando que o motorista não estava alcoolizado e que a colisão foi uma “fatalidade”.
O MPSP afirma que ele agiu com “intenção de matar” e “emprego de meio cruel”, além de considerar o crime como motivado por razões fúteis e que dificultaram a defesa da vítima. O órgão também solicitou à Justiça a fixação de um valor mínimo de indenização a ser pago pelo réu aos familiares do motociclista. De acordo com o parecer, Pedro era casado e sua esposa estava grávida no momento do crime.
A denúncia do MPSP foi acatada pela juíza Isabel Begalli Rodriguez, da 3ª Vara do Júri, que também manteve a prisão preventiva do empresário. A magistrada justificou a decisão alegando que há indícios suficientes de autoria e materialidade do crime.
Após o acidente, Igor foi preso em flagrante, inicialmente por homicídio culposo (sem intenção de matar). No entanto, o caso foi reclassificado para homicídio com dolo eventual, onde o autor assume o risco de causar a morte. Essa mudança foi decisiva para que ele permanecesse preso, sendo transferido posteriormente para o Centro de Detenção Provisória 2, em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo.
O advogado do empresário sustenta que o acidente foi uma fatalidade e que o motorista agiu em legítima defesa, tentando desviar da motocicleta após uma manobra brusca. A defesa também afirmou que Igor é um “homem trabalhador e honesto” e que não estava alcoolizado no momento do acidente, como comprovado por exame de bafômetro.
Dias antes da morte do motoboy, o Porsche dirigido pelo criminoso foi filmado perseguindo o carro de ex-sócios, em um incidente separado ocorrido na madrugada de 20 de julho. O fato gerou preocupação e foi registrado em um boletim de ocorrência por ameaças.
Em nota, a Porsche lamentou profundamente a morte de Pedro Kaique Ventura Figueiredo e negou qualquer vínculo com Igor Sauceda. A empresa reiterou seu compromisso com a segurança no trânsito e expressou suas condolências à família da vítima.