MP pede condenação de assassinos de Marielle e chama réus de “sociopatas”

Atualizado em 31 de outubro de 2024 às 14:28
Júri popular dos ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, réus confessos no assassinato de Marielle Franco. Foto: Reprodução

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) pediu para que todos os jurados condenem os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, réus confessos dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes, e afirmou que o arrependimento da dupla é “uma farsa”. O promotor de Justiça Fábio Vieira ainda chamou os dois de “sociopatas” e disse que eles “não têm emoção em relação aos outros”.

As declarações foram dadas durante o segundo dia de júri popular dos ex-PMs. O promotor Eduardo Martins, o primeiro a falar, afirmou que eles só delataram porque sabiam que seriam descobertos e queriam a redução das penas em acordos de colaboração premiada.

Que arrependimento é esse com algo em troca? Vocês já pediram perdão a alguém e disseram: ‘Quero seu perdão se me der alguma coisa em troca’? Porque foi isso que eles fizeram. Eles são réus colaboradores. Eles não vieram e se arrependeram. Eles vieram ao Ministério Público e pediram algo em troca para falar o que falaram”, afirmou Martins.

O representante do MP ainda relatou que os dois negavam completamente o crime até fecharem o acordo de delação premiada. Ele diz que os réus terão que cumprir 30 anos de pena e parte dela será em regime fechado após a colaboração com a Justiça.

“O Ministério Público fez um acordo e eles vão cumprir 30 anos de pena. Eles vão cumprir toda a pena máxima da legislação. A única diferença é que eles terão algumas progressões. Mas, é bastante tempo que eles ficarão no regime fechado. esse é um dos acordos mais rígidos do Brasil”, prosseguiu.

Na sequência, Fábio Vieira afirmou eles não sentem arrependimento pelos assassinatos de Marielle e Anderson, mas “estão com uma tristeza de terem sido pegos”.

“Ninguém foi lá bater na porta da Delegacia de Homicídios, quando todo mundo queria saber e disse: ‘Olha só, fui eu, tá? Estou arrependido disso. Fui eu e fiz dessa forma. Fui eu e quem mandou foi isso'”, ironizou.

Vieira aponta que os dois só se mostraram arrependidos após o MP encontrar provas e chegar à “conclusão absoluta” de que eles assassinaram a vereadora e seu motorista. “Não tinha como eles fugirem disso. Estão arrependidos? Não. Porque isso vai beneficiá-los de alguma forma. Isso é uma característica do sociopata. Eles não têm emoção em relação aos outros, não tem sentimento, não valores, não tem empatia”, completou.

Os réus foram ouvidos nesta quarta (30). Durante seu depoimento, Lessa contou, de forma natural e fria, como assassinou Marielle e pediu perdão às famílias das vítimas, alegando que se sentiu “péssimo” após a morte do pai e que não poderia imaginar a dor de “perder um filho ou marido”.

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