MP-SP denuncia ex-auditor em novo caso de corrupção na Fast Shop

Atualizado em 19 de setembro de 2025 às 23:28
Artur Gomes da Silva Neto, ex-auditor fiscal da Sefaz, de óculos, sorrindo e olhando para o lado
Artur Gomes da Silva Neto, ex-auditor fiscal da Sefaz – Reprodução

O Ministério Público de São Paulo apresentou, nesta sexta-feira (19), uma nova denúncia contra Artur Gomes da Silva Neto, ex-auditor fiscal da Sefaz, acusado de liderar um esquema de corrupção para liberar créditos de ICMS-ST em favor da varejista Fast Shop. Com informações da Folha de S.Paulo.

Segundo a investigação, cerca de R$ 383,6 milhões em propina teriam sido pagos para inflar e acelerar os pedidos de ressarcimento fiscal. Silva Neto está preso preventivamente.

Além do ex-auditor, a denúncia inclui sua mãe, Kimio Mizukami da Silva, as contadoras Fátima Regina Rizzardi e Maria Herminia de Jesus Santa Clara, e Francisco de Carvalho Neto, apontado como laranja do grupo. Os crimes investigados ocorreram entre janeiro de 2023 e dezembro de 2024. O MP-SP aponta a prática de corrupção passiva em 38 episódios e lavagem de dinheiro.

As defesas dos envolvidos não foram localizadas pela reportagem. Já a defesa de Artur Gomes da Silva Neto não se manifestou até o momento, e a assessoria da Fast Shop também não comentou. A empresa havia declarado anteriormente que colabora integralmente com as autoridades.

Unidade da Fast Shop. Foto: Reprodução

Segundo a Promotoria, a manutenção da prisão preventiva do ex-auditor é necessária para assegurar a ordem pública e a correta aplicação da lei, diante da gravidade dos crimes e do impacto aos cofres públicos. O órgão também pediu a devolução do montante considerado fruto do esquema.

O diretor estatutário da Fast Shop, Mário Otávio Gomes, que não foi denunciado após acordo de delação, teria oferecido a propina em troca da liberação rápida e superfaturada dos créditos fiscais. A estratégia incluía ainda a revenda dos créditos a outras companhias, aumentando os lucros da varejista.

Os sócios da Fast Shop confessaram participação no esquema e firmaram acordo para devolver R$ 100 milhões ao Estado. O pagamento está previsto para começar em outubro deste ano.

Jessica Alexandrino
Jessica Alexandrino é jornalista e trabalha no DCM desde 2022. Sempre gostou muito de escrever e decidiu que profissão queria seguir antes mesmo de ingressar no Ensino Médio. Tem passagens por outros portais de notícias e emissoras de TV, mas nas horas vagas gosta de viajar, assistir novelas e jogar tênis.