
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) aponta que Robson Sampaio de Lima, conhecido como “Tubarão” ou “Alemanha”, morto em confronto com a Polícia Militar nesta sexta-feira (7) na zona leste de São Paulo, era um dos principais contadores do PCC (Primeiro Comando da Capital) e havia sido condenado por movimentar R$ 1 bilhão da facção criminosa, conforme informações do colunista Josmar Jozino, do UOL.
De acordo com a Polícia Militar, o tiroteio ocorreu na Rua Palanque, na Vila Curuçá, quando Tubarão teria reagido à abordagem de agentes do 4º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep). No local, foram apreendidas uma pistola calibre .45, uma espingarda calibre 12 e diversas munições. Ele morreu ainda no local.
Em 27 de fevereiro de 2024, Tubarão e outros três líderes do PCC — Odair Lopes Mazzi Júnior (Dezinho), Marcos Roberto de Almeida (Tuta) e Eduardo Aparecido de Almeida (Pisca) — foram condenados por associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Segundo o MP-SP, o grupo movimentou R$ 1 bilhão entre janeiro de 2018 e junho de 2019 por meio do tráfico internacional de drogas.
Tubarão e Dezinho receberam penas de 16 anos e 11 meses de prisão, enquanto Tuta e Pisca foram sentenciados a 12 anos e seis meses. Tuta chegou a fugir para a Bolívia, mas foi recapturado em maio deste ano.
Operação Sharks e papel do Gaeco
A investigação teve início em agosto de 2018, quando Tubarão foi preso durante a Operação Sharks — deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Dos 19 réus denunciados, 13 foram condenados e seis absolvidos.
O MP-SP apurou que o grupo usava doleiros para ocultar valores oriundos do tráfico. As trocas de mensagens entre os criminosos eram feitas por redes fechadas de comunicação, com uso de apelidos baseados em nomes de países e troca frequente de celulares e chips para evitar rastreamento.

Foragido após saída temporária
Tubarão cumpria pena na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, reduto da facção, e havia sido transferido para o Centro de Progressão Penitenciária de Valparaíso (SP) em janeiro de 2024, após obter o regime semiaberto.
Em junho, foi beneficiado com a saída temporária, mas não retornou à unidade no prazo determinado, sendo considerado foragido. A Justiça então revogou o semiaberto e determinou o retorno ao regime fechado caso fosse recapturado — o que não chegou a ocorrer antes de sua morte.