MP-SP expõe relação de dono de clínica usada em farsa de Marçal com o PCC

Atualizado em 5 de outubro de 2024 às 22:13
Pablo Marçal e Luiz Teixeira da Silva Junior. Foto: Reprodução

A Justiça de São Paulo decidiu pela prisão do biomédico Luiz Teixeira da Silva, proprietário da clínica que emitiu um falso laudo sobre a internação do candidato a prefeito Guilherme Boulos (PSOL) por uso de cocaína, divulgado pelo influenciador Pablo Marçal (PRTB) em suas redes sociais na noite de sexta-feira (4).

A decisão se baseou em depoimentos e gravações de interceptações telefônicas que revelaram ameaças a testemunhas e possíveis ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Luiz Teixeira, que já havia sido preso em 2017 durante uma operação contra corrupção em contratos de um hospital público em Cajamar, na Grande São Paulo, é acusado de corrupção passiva.

O processo judicial está próximo de ser sentenciado, com o Ministério Público de São Paulo (MPSP) solicitando sua condenação nas alegações finais. O MPSP também argumentou que o biomédico representava um risco às investigações em curso.

O juiz Filipe Antonio Marchi Levada considerou a prisão de Luiz e de sua esposa, Liliane Rios, “absolutamente necessária”, destacando que o casal tornava o crime um “hábito de vida”.

Durante a análise das interceptações telefônicas, um investigado identificado como Kaio mencionou que Teixeira se gabava de ter vínculos com o PCC, afirmando: “Ele (Luiz) tem contato com aquele tal de Charles, que ele já tinha falado pra mim, do PCC.”

O biomédico Luiz Teixeira da Silva Junior e Pablo Marçal. Foto: Divulgação

Em suas declarações, Kaio também insinuou que Liliane estaria envolvida em planos de assassinato. “Até de planejar matar a Lea, a Liliane tava combinando. O negócio é feio, feio, feio”, comentou. O depoimento expõe a gravidade da situação, com ele revelando que se sentia angustiado e com vontade de chorar, devido ao envolvimento de Teixeira com o crime organizado.

O MPSP também trouxe à tona depoimentos de uma testemunha protegida que, ao ser contratada por Luiz e Liliane, autorizou pagamentos fraudulentos e superfaturados no hospital. Ela relatou ter recebido ameaças de um suposto intermediário do casal, que afirmou conhecer seus filhos, aumentando a sensação de perigo.

Além disso, um médico do hospital denunciou Luiz Teixeira por ameaças em um telefonema, onde recebeu ofensas e ameaças de morte durante uma crise no hospital. Ele e outros médicos já tinham ouvido rumores sobre a suposta ligação do biomédico com o PCC, o que gerou temor entre a equipe.

O MPSP, ao solicitar a prisão do casal, também destacou que a esposa do médico estava foragida e tinha envolvimento com a organização criminosa. O juiz reiterou a necessidade de prisão, afirmando que Luiz e Liliane, se mantidos em liberdade, representariam um risco à vida de testemunhas e à ordem pública.

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