MST doa 10 toneladas de alimentos para o combate à fome no Pará. Por Catarina Barbosa

Atualizado em 25 de julho de 2021 às 20:09

Publicado originalmente no Brasil de Fato

Por Catarina Barbosa

Jane Cabral, Coordenadora nacional do MST no Pará (de azul) junto a mulheres do Movimento de Mulheres da Marambaia. – Catarina Barbosa/Brasil de Fato

Neste sábado (24), além das ações articuladas pelo #ForaBolsonaro, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) organizou a doação de 10 toneladas de alimentos da agricultura familiar para quem enfrenta a fome.

Os alimentos foram produzidos em acampamentos e assentamentos do MST localizados no estado do Pará, como o Assentamento Abril Vermelho, em Santa Bárbara; Carlos Lamarca, em Capitão Poço; Luiz Carlos Prestes e Acampamento Mariguela, em Irituia, todos no nordeste do estado.

A ação integra a iniciativa nacional de solidariedade e combate à fome promovida pelo movimento, além de ser também uma forma de reforçar para a sociedade a necessidade de mais políticas públicas voltadas para os trabalhadores e trabalhadoras da agricultura familiar.

“Nenhum brasileiro e nenhuma brasileira merece estar neste processo de fome, que tem levado quase 20 milhões de brasileiros a essa situação, principalmente, o atual governo que acirrou esse processo na pandemia”, aponta Jane Cabral, coordenadora do MST, as omissões e descasos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) diante da pandemia acentuam a fome no Brasil.

“Assim, realizamos aqui no estado do Pará, até o momento, seis ações e hoje estamos organizando, aproximadamente, 500 cestas que vão ser doadas entre domingo, 25, e segunda-feira, dia 26, para vários coletivos que organizam famílias em Belém e em Benevides”.

O MST arrecadou para a doação 3.100 quilos de alimentos, entre mamão, banana, macaxeira, jerimum, goma de tapioca, feijão, farinha, além de 5 mil laranjas e 4 mil ovos e organizou ainda cestas de material de higiene para as famílias, totalizando, aproximadamente 10 toneladas de alimentos.

Na avaliação de Jane Cabral, as ações são respostas concretas aos desmontes do governo Bolsonaro. “É uma resposta, principalmente, para dizer que a reforma agrária dá certo e é um direito nosso. É uma exigência que se tenha o apoio do governo federal, que sejam destinados créditos para a reforma agrária”, ressalta.

“Mesmo sem apoio estamos trazendo alimentos para serem doados na cidade. Isso é uma resposta a tudo isso, de que se realmente quisermos o Brasil não precisa passar fome. Temos terra para produzir, mas é preciso a terra estar na mão dos trabalhadores e trabalhadoras rurais e não com o agronegócio, que não produz comida para o país”.

Os beneficiados serão pessoas que vivem em vulnerabilidade social na capital paraense e em Benevides, município da Região Metropolitana de Belém.

A doação de alimentos também é direcionada para quilombolas e indígenas que moram na cidade, além de catadores de materiais recicláveis.

A iniciativa teve ainda apoio da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH), do Instituto Clima e Sociedade (ICS) e do Pão Para o Mundo (PPM).

Edição: Leandro Melito