Em artigo publicado no Jornal GGN, o jornalista Luis Nassif fala sobre o radicalismo presente na esquerda. Ele cita os casos do ativista Paulo Galo, líder do movimento de entregadores antifascistas, e do PCO. Os dois agem com uma agressividade que, segundo Nassif, precisa ser separada da atuação de organizações como MST e MTST.
Ele afirma que Galo é muito articulado e passou a praticar a retórica do golpe de esquerda. “Depois que o Lula ganhar, tem que fazer a rua ferver, sem medo de ser chamado de golpista”, afirmou em live recente. Defendido pelo PSOL após ser preso por botar fogo na estátua de Borba Gato em São Paulo, o ativista fez um ataque baixo ao presidente do PSOL, Juliano Medeiros.
Galo começou chamando o psolista de “comédia” e, ao ser rebatido, desceu ainda mais o nível. “Seu currículo na esquerda eu limpo o rabo e mando se foder”, disparou ele no Twitter.
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O caso PCO
De acordo com Nassif, o PCO (Partido da Causa Operária) é “outro seguidor intenso da radicalização política”. O jornalista lembra a manifestação na Avenida Paulista, no ano passado, em que militantes do partido atacaram fisicamente seguidores de Ciro Gomes e do PSDB.
Ele ressalta que o caso chamou a atenção “de todos os veículos de ultradireita – da Gazeta do Povo e Revista D’Oeste à República de Curitiba – e de jornais historicamente inimigos do PT, como O Globo”.
“Não ficou nisso. Seu presidente, Rui Costa Pimenta, passou a acusar Guilherme Boulos de ser ‘financiado pela CIA’, por ter aceitado ser professor em um sistema de ensino online do advogado Walfrido Warde”, escreve Luis Nassif.
O jornalista afirma que o radicalismo presente na esquerda pode manchar o legado do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) e do Movimento do Trabalhadores sem Teto (MTST). Segundo ele, os dois grupos “terão papel central na formulação das políticas sociais de um futuro governo Lula”.
“Nos últimos anos, os movimentos criaram duas tecnologias sociais fantásticas, brasileiras, para o enfrentamento de problemas com a terra e com a moradia”, destaca Nassif.
“Durante a campanha, serão alvos de críticas maliciosas da mídia e dos adversários políticos, tentando caracterizá-los como radicais fora da lei. Daí a relevância de uma definição clara sobre o papel de cada grupo no grande pacto nacional”, acrescenta. Ele defende “isolar” Galo e PCO para “preservar o grande legado do MST e do MTST”.
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