
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (27) que o regime político brasileiro passou por mudanças significativas e que o governo Lula precisa ampliar a articulação com o Congresso Nacional para conseguir aprovar suas principais pautas. A declaração foi dada após o Legislativo derrubar os decretos que elevavam o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
“Mudou o regime político no Brasil. Quem não quiser enxergar… Estou completando nove anos de ministério [contando o período de ministro da Educação]. (…) Mudou o sistema político. Não é o mesmo do Fernando Henrique e do Lula [1 e 2]”, disse o petista em entrevista à GloboNews.
Ao ser questionado sobre quantos votos o governo tem hoje na Câmara para aprovar medidas econômicas, como no caso do IOF, o ministro Fernando Haddad afirmou que “é caso a caso”: “Mudou o regime político do Brasil. (…) Eu estou completando nove anos à frente de ministérios —… pic.twitter.com/WWJoS3C3WZ
— GloboNews (@GloboNews) June 27, 2025
Ao ser questionado sobre qual seria o modelo atual, ele respondeu com ironia, citando o ministro do STF, Flávio Dino: “Existem quatro sistemas políticos no mundo: o presidencialismo, o parlamentarismo, o semipresidencialismo e o brasileiro”.
O ministro negou que a derrubada do decreto do IOF represente um movimento de antecipação das eleições de 2026. “Não quero crer”, disse, destacando o bom desempenho da economia com a queda do dólar e a geração de empregos. “A quem interessa estragar esse cenário? Só por questões eleitorais?”, questionou.
Na Câmara, o placar pela rejeição dos decretos foi de 383 a 98. O último texto (Decreto 12.499/25) suavizava os efeitos dos anteriores (Decretos 12.466/25 e 12.467/25), mas mantinha parte do aumento. A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) também alertaram para os impactos negativos da decisão, classificando a ação como uma sabotagem ao governo.