“Muita coisa vai ser mantida”: bolsonaristas vão vendo que o “mito” é continuidade de Temer e não ruptura. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 7 de novembro de 2018 às 19:01
“Vamos todos juntos”

De maneira mais célere que se esperava, bolsonaristas que deram sangue e chafurdaram na latrina por seu mito estão percebendo que escolheram mais do mesmo, apesar de toda a discurseira sobre o mundo novo que Deus traria com seu meninão esquisito.

O encontro entre Michel Temer e Jair Bolsonaro no Planalto na tarde desta quarta, dia 7, foi harmonioso, bonito e revelador.

Bolsonaro disse ao cidadão que manejou aquela Câmara onde ele ficou três décadas mamando que não dispensará sua experiência no ano que vem e que pedir-lhe-á conselhos.

Procurará o ancião outras vezes até o fim de 2018. 

“O Brasil não pode se furtar do conhecimento daqueles que passaram pela Presidência”, mandou.

Segundo JB, “muita coisa” da presente gestão vai ser mantida.

“Se preciso for voltaremos a pedir que ele nos atenda”, falou.

Na mesma linha de atuação, Sergio Moro declarou que espera contar com o ministro da Segurança, Raul Jungmann, como um “conselheiro informal” .

Saindo de uma reunião, frisou que mantém com Jungmann uma relação “muito cordial”, o que, em sua opinião, facilitará a transição.

Este devolveu a cortesia: estará à disposição “agora e depois”.

As pautas são as mesmas, as “reformas”, ou tentativas delas, também. Não apenas a Previdência.

Foi-se o tempo em que Bolsonaro falava o que os otários queriam ouvir.

“Temer já roubou muita coisa aqui, mas o meu discurso ele não vai roubar, não”, disse, referindo-se à intervenção militar no Rio de Janeiro.

Vemos agora, entre caneladas do team Bolso, a união do “vamos mudar isso daí, talkei?” com o “Tem que manter isso, viu?”.

No final, Temer deu a senha: “Vamos todos juntos”. 

Vamos.