Muito barulho por nada – Lula franco favorito. Por Alberto Carlos Almeida

Atualizado em 7 de julho de 2022 às 16:12
Lula sorrindo enquanto posa para fotos com populares
Foto: Reprodução/Instagram

Na bem humorada peça de William Shakespeare publicada em 1598, Much Ado About Nothing (Muito barulho por nada), uma sucessão de mentiras e calúnias utilizadas para intrigar dois personagens – Cláudio e Hero – acabam se mostrando inócuas e eles terminam o enredo juntos.

Mal comparando, fala-se hoje com frequência das chances da terceira via, do pacote de bondade de Bolsonaro, na suposta subida do presidente nas pesquisas e coisas do gênero. O fato real – indiscutível – é a estabilidade das intenções de voto que configura uma eleição entediante na opinião pública. É como se o título de umas das mais engraçadas encenações de Shakespeare tivesse antecipado essa tragicomédia da eleição brasileira.

Vejamos:
Pesquisa Genial/Quaest de 2021, 7 de julho: Lula 43% e Bolsonaro 28%
Pesquisa Genial/Quaest de 2022, 6 de julho: Lula 45% e Bolsonaro 31%

Depois de um ano Lula “subiu” 2 pp e Bolsonaro “subiu” 3 pp. Muito barulho por nada.

Ou seja, segundo esta pesquisa, em 12 meses a diferença supostamente caiu um ponto percentual. Porém, por causa da matemática a margem de erro da diferença é o dobro da margem de erro dos percentuais de cada candidato. Assim, como a margem de erro dos percentuais é 2 pp a margem de erro da diferença é 4

pp. Resultado, como a diferença variou somente 1 pp ou apenas 1/4 da margem de erro, conclui-se que não houve variação alguma no último ano. Dizer que houve mudança é muito barulho por nada.

Por fim, a média das pesquisas públicas mostra a mesma coisa: entre julho de 2021 e julho de 2022 Lula cresceu 4 pp e Bolsonaro cresceu 4 pp, a diferença entre ambos não mudou.