
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou nesta sexta-feira (19) um vídeo e uma mensagem nas redes sociais em que rejeita a proposta de redução de penas como alternativa à anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. No texto, ele classificou a articulação do relator Paulinho da Força (Solidariedade-SP) como “acordo indecoroso e infame” e afirmou que não aceitará nenhuma negociação que não seja a anistia ampla, geral e irrestrita.
Eduardo alertou Paulinho a ter “muito cuidado” para não ser visto como “colaborador do regime de exceção”. Ele argumentou que qualquer acordo nesse sentido equivaleria a apoiar supostas violações de direitos humanos, citando o ministro Alexandre de Moraes, a quem acusou de perseguir aliados de Jair Bolsonaro. “Todo colaborador de um sancionado por violações de direitos humanos é passível das mesmas sanções”, declarou.
No vídeo divulgado, o parlamentar criticou a estratégia apresentada por Paulinho após reuniões com Michel Temer e Aécio Neves. Eduardo disse que não confia no ex-presidente e lembrou a carta de conciliação redigida pelo golpista do MDB em setembro de 2021, após pressões sobre Jair Bolsonaro, classificando o episódio como “traição”.
. @dep_paulinho da Força, vou retribuir o conselho que me deu, sobre colocar a mão na consciência. Entenda de uma vez por todas: eu não abri mão da minha vida no Brasil e arrisquei tudo para trazer justiça e liberdade para meu povo em troca de algum acordo indecoroso e infame… pic.twitter.com/B5ybbkQIF4
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) September 19, 2025
O deputado também atacou diretamente o ministro Alexandre de Moraes, afirmando que ele estaria tentando “matar Jair Bolsonaro” por meio de restrições e investigações. Ele comparou o ministro ao autor do atentado de 2018, Adélio Bispo, e disse que a diferença é que Moraes teria “o poder da caneta”.
Ao criticar a proposta de dosimetria, Eduardo citou o caso de uma condenada a 14 anos de prisão por pichação, questionando se seria justo reduzir a pena pela metade. “Contra a injustiça, eu quero estar do lado oposto”, afirmou. Ele destacou que qualquer negociação que não inclua anistia irrestrita dará continuidade a um “regime persecutório”.

Eduardo mencionou ainda que a proposta defendida por Temer, Aécio e Paulinho busca se apresentar como pacificação nacional, mas seria, em suas palavras, uma forma de manter a polarização e beneficiar apenas os adversários políticos. “Você, Temer e o resto da turma não irão impor na marra o que chamam, cinicamente, de pacificação”, declarou.
O parlamentar afirmou que continuará defendendo a anistia total não apenas para os condenados pelos atos de janeiro de 2023, mas também para investigados em outros inquéritos abertos desde 2019, como jornalistas e influenciadores de extrema direita. Ele citou nomes como Alan dos Santos, Rodrigo Constantino e Guilherme Fiuza.
Eduardo parafraseou o ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill em um discurso de guerra, prometendo “nunca se render” diante das decisões do Supremo Tribunal Federal. “Não há um cenário em que Moraes e seus cúmplices saiam vencedores. Nós venceremos”, concluiu.