Mulher de Chomsky desmente versão de Epstein sobre suposta ligação entre Lula e o financista

Atualizado em 15 de novembro de 2025 às 13:52
Jeffrey Epstein e Noam Chomsky. Foto: reprodução

O jornalista americano Glenn Greenwald divulgou no X parte de uma troca de e-mails envolvendo Jeffrey Epstein, condenado por crimes sexuais, em que o financista afirma ter conversado com o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva graças a uma ligação intermediada por Noam Chomsky.

A revelação circulou de forma acelerada nas redes bolsonaristas, apesar de não ter sido verificada com a família do intelectual antes da publicação. Chomsky é amigo de Greenwald.

A Secretaria de Comunicação da Presidência respondeu de forma direta: a ligação mencionada por Epstein “nunca aconteceu”.

Depois da repercussão, Greenwald publicou uma declaração de Valeria Chomsky, esposa do linguista, que desmonta a versão do financista. Segundo ela, esteve ao lado do marido na visita que ambos fizeram a Lula, em 20 de setembro de 2018, em Curitiba.

Relatou que os dois passaram por revista, deixaram os celulares com a Polícia Federal na entrada e acompanharam toda a conversa entre Chomsky e o então ex-presidente. De acordo com Valeria, qualquer narrativa que envolva telefonema entre Lula e outro interlocutor, com participação de Chomsky, é falsa.

Post de Glenn Greenwald

Nos e-mails tornados públicos por democratas no Congresso dos Estados Unidos, Epstein escreveu apenas uma frase, em inglês, sem detalhar assunto ou circunstâncias:

“Chomsky me ligou com Lula. Da prisão. Que mundo.”

Os documentos mostram que Epstein trocou mensagens com figuras variadas, como sua cúmplice Ghislaine Maxwell — que cumpre pena por tráfico sexual — e o escritor Michael Wolff. Em outro trecho, há referência à eleição brasileira de 2018. Um interlocutor não identificado afirma: “Diga a ele que meu cara vai vencer a eleição no primeiro turno.”

Mais adiante, Epstein escreve: “Bolsonara [sic] the real deal”, em alusão a Jair Bolsonaro, então candidato.