Músicas da atlética da FGV atacam estudantes de economia da USP: “Feana Cadela”

Atualizado em 25 de novembro de 2024 às 6:20
Movimentação de estudantes para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio, a principal porte de entrada para as universidades públicas. Foto: Reprodução

Alunos de faculdades particulares têm atacado estudantes de universidades federais com músicas ofensivas e discriminatórias publicadas em plataformas de áudio e associadas a grupos como atléticas e baterias. As faixas, que foram lançadas há mais de dez anos, continuam acessíveis online, gerando indignação e repercussão.

Segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, um perfil em plataforma de áudio da bateria Tatubola, da Fundação Getulio Vargas (FGV), contém letras misóginas que fazem referência a mulheres da FEA (Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo).

Uma das canções, intitulada “Feana Cadela”, faz alusão a estudantes da USP, usando termos depreciativos como “Feana Vagabunda”. A letra diz: “Caminhei sozinho pela Augusta, cruzei com as feanas por toda a rua. Mesmo sendo sem graça, feana, eu vim te comer, você vai fazer de graça para a GV”.

Outra parte da letra afirma: “Feana, eu não sou lá da USP, eu sou diferente, eu vou ser presidente e você secretária, minha faxineira.” A letra de outra música, publicada pelo mesmo perfil, insinua que homens da FEA são homossexuais.

Além disso, outro perfil relacionado à Atlética do Direito da PUC-MG apresenta músicas com versos discriminatórios. Uma das canções afirma que “federal favelado” só anda de ônibus, e que mulheres da universidade teriam “bigode”, uma referência depreciativa ao fato de não poderem fazer depilação.

“Se você é cocota, passou pelas cotas, preste atenção. Teu sovaco é cabeludo, o bigode espeta, não te pego, não”, diz a letra.

Procurada sobre o caso, a FGV se manifestou afirmando que as letras das músicas são de responsabilidade da bateria Tatubola e que a instituição não tem qualquer envolvimento com o conteúdo.

O grupo estudantil, por sua vez, lamentou que as músicas tenham sido produzidas por uma geração anterior e afirmou que tentou, sem sucesso, derrubar o perfil onde as músicas estão hospedadas. A bateria repudiou veementemente as letras, classificando-as como “machistas, misóginas e preconceituosas”.

Da mesma forma, a PUC-MG repudiou as manifestações discriminatórias e afirmou que as associações estudantis, como a Atlética do Direito, são independentes da instituição. A universidade também relatou ter entrado em contato com membros da atlética, que negaram qualquer envolvimento com as músicas.

Em outro incidente recente, estudantes da PUC-SP foram filmados durante uma partida de handebol, gritando ofensas como “cotista” e “pobre” em direção a alunos da USP. O episódio gerou repercussão negativa e resultou na demissão de quatro estagiários de escritórios de advocacia.

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