
A treta entre Elon Musk e Donald Trump se intensificou com a recente acusação feita pelo CEO da Tesla em sua plataforma X. Musk escreveu: “Hora de soltar a bomba realmente grande: Donald Trump está nos arquivos de Epstein. Essa é a verdadeira razão pela qual os arquivos não foram tornados públicos. Tenha um bom dia, DJT!”. Ele continuou: “Marque esta postagem para o futuro. A verdade virá à tona.”
Essas declarações de Musk ganham força à luz das gravações de Jeffrey Epstein, o financista condenado por tráfico sexual de menores, que, em entrevistas com o escritor e jornalista Michael Wolff, falou abertamente sobre sua amizade com Trump.
As gravações, feitas em 2017, dois anos antes da morte de Epstein, apresentam uma versão detalhada dessa relação. Epstein se descreve como “o amigo mais próximo” de Trump e sugere que o ex-presidente tinha uma abordagem muito questionável em relação às mulheres.
Em uma das passagens, Epstein disse: “A primeira vez que Trump dormiu com Melania foi no meu avião”, referindo-se ao famoso Lolita Express, seu jato particular em que transportava suas presas, muitas delas menores de idade.
Isso se soma a várias indiscrições que Epstein contou ao autor do livro “Fire and Fury” (2018), no qual Wolff detalha a dinâmica da primeira presidência de Trump e sua personalidade. O livro causou grande repercussão na época por suas descrições bombásticas da Casa Branca e seus protagonistas.
A amizade entre Trump e Epstein começou no final dos anos 1980 e durou até meados dos anos 2000. Durante esse período, os dois se tornaram figuras constantes no círculo social de Mar-a-Lago, a propriedade de Trump na Flórida, e frequentaram juntos festas e eventos.
— Elon Musk (@elonmusk) June 5, 2025
Nos anos 1990, ambos foram vistos em um show da Victoria’s Secret, e Trump chegou a comentar à New York Magazine em 2002: “Eu conheço o Jeff há 15 anos. Ele é um cara maravilhoso, muito divertido de estar por perto. Dizem até que ele gosta de mulheres bonitas tanto quanto eu, e muitas delas são mais jovens.”
Epstein, um homem de negócios que se envolveu com diversas figuras influentes, incluindo políticos, membros da realeza e celebridades, compartilhou histórias perturbadoras.
Ele afirmou que Trump não apenas era um traidor serial em seus casamentos, mas também confessava prazer em “f*** as esposas de seus melhores amigos”.
Epstein detalhou uma técnica que Trump teria usado para seduzir mulheres, contando que ele perguntava aos maridos sobre sua vida sexual e, enquanto isso, as esposas estavam ouvindo através de um alto-falante, para que depois Trump pudesse usar a traição dos maridos para seduzi-las.
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As gravações de Epstein também revelam uma amizade muito mais íntima do que Trump admitiu em suas declarações públicas. Em 2019, após a prisão de Epstein, Trump tentou distanciar-se. “Eu não era fã dele, posso te dizer isso”, alegando que não eram mais amigos há 15 anos.
Essa distensão se deu após as acusações de tráfico sexual de menores, que culminaram na prisão de Epstein. Em setembro de 2019, Trump voltou ao assunto. “Ele era um bom vendedor. Ele era um cara alegre, mas muitas pessoas grandes foram para aquela ilha. Mas, felizmente, eu não fui um deles”, falou.
Contudo, as gravações lançam uma nova luz sobre a profundidade da relação entre os dois, que foi mais próxima do que Trump jamais admitiu. A amizade chegou a um ponto de tensão em 2004, quando ambos tentaram comprar a propriedade Maison de L’Amitié em Palm Beach, o que gerou um distanciamento.
No ano seguinte, o FBI começou a investigar Epstein por tráfico sexual de menores.
As declarações de Musk têm implicações profundas para a imagem pública de Trump, especialmente à medida que novas informações sobre seu comportamento e os esqueletos no armário. O confronto está longe de terminar.