Na abertura dos desfiles do Rio de Janeiro, escola de samba faz crítica a Bolsonaro

Atualizado em 22 de fevereiro de 2020 às 16:22
Primeira escola a desfilar na noite de sexta-feira dividiu a plateia entre aplausos e vaias – Foto: Reprodução/Twitter Reimont

Publicado originalmente no site Brasil de Fato

Logo na abertura do desfile da Série A (acesso) do Rio de Janeiro, na noite de sexta, 21, o presidente Bolsonaro recebeu sua primeira crítica no Carnaval 2020 em sambódromos. A escola entrou na Sapucaí com o enredo “O conto do vigário”, e no final do desfile apresentou um boneco do palhaço Bozo com uma faixa presidencial e fazendo o símbolo da arminha, gesto característico de Jair Bolsonaro.

Ao longo do desfile, a plateia se dividiu entre aplausos e vaias. O Carnaval deste ano promete ser um dos mais politizados dos últimos anos. Nas ruas, diversos blocos montaram suas apresentações voltadas a críticas ao atual governo.

Depois da passagem do boneco, a ala “Bloco Sujo” fez uma homenagem aos blocos de rua que se manifestam contra o descaso do poder público. Os participantes estavam vestidos de marinheiro e melindrosa, carregavam estandartes com as palavras “Educação”, “Cultura”, “Saúde” e “Democracia”.

Confira um trecho do samba-enredo da Acadêmicos do Vigário 

Tupiniquins, Tupinambás e Potiguaras

Tamoios, Caetés e Tabajaras

É Banto, é Congo, é de Angola

Somos da tribo quilombola

Tupiniquins, Tupinambás e Potiguaras

Tamoios, Caetés e Tabajaras

É Banto, é Congo, é de Angola

Somos da tribo quilombola

 

Que segue aguerrida

Mas sempre esquecida

Por quem tem poder

Montando em cabrestos

Matando direitos de quem quer viver

O homem de terno pregando mentira

Desperta a ira em nome da fé

 

Pois é, na crise nossa gente acende vela

Pra santo que nem olha pra favela

E brinca com direito social

Ó mãe, o morro é o retrato do passado

Legado de um mito mal contado

Vigário, teu protesto é Carnaval