Na Câmara, Hugo Motta se enfraquece ao acenar para Lula e Tarcísio

Atualizado em 15 de setembro de 2025 às 12:07
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Foto: Reprodução

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem feito acenos tanto ao presidente Lula (PT) quanto ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), mas congressistas avaliam que ele está cada vez mais enfraquecido no comando da Casa, conforme informações do Estadão.

Ao mesmo tempo em que busca ganhar tempo e evitar a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Motta tenta manter uma imagem de normalidade nos trabalhos legislativos.

Embora detenha o poder da caneta para definir a pauta, aliados reconhecem que Motta não consegue controlar o colégio de líderes. Até mesmo a tentativa de emplacar a reforma administrativa como marca de sua gestão não avança.

No campo político, ele abraçou a agenda do governo Lula, sinalizando apoio a medidas como a MP que reduz a conta de luz. Por outro lado, se prepara para receber Tarcísio de Freitas em Brasília, onde o correligionário vai articular temas de interesse de Jair Bolsonaro.

Tarcísio ganha influência na Câmara com Hugo Motta
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Foto: Reprodução

A pressão pela anistia deve crescer após a condenação de Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ainda assim, Motta já avisou a colegas que não assumirá sozinho a responsabilidade de pautar o tema.

A cúpula da Câmara avalia que, sem o apoio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) — que se mantém irredutível e rejeita pautar a proposta —, não vale a pena comprar briga com o STF. Até mesmo integrantes do Centrão que antes defendiam a anistia agora veem o perdão como menos provável.

Apesar disso, Tarcísio deve ser recebido de portas abertas por Motta nesta semana. O governador desembarca em Brasília para retomar as articulações em favor de Bolsonaro e, ao mesmo tempo, fortalecer seu nome como representante da direita na disputa presidencial de 2026.