
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, voltaram a sugerir, nesta segunda-feira (7), a expulsão de palestinos da Faixa de Gaza, território onde milhões vivem há gerações. Com informações da Folha de S.Paulo.
Durante reunião na Casa Branca, o primeiro-ministro israelense declarou: “Estamos trabalhando com os EUA para encontrar países dispostos a concretizar o que sempre dizem: que querem dar aos palestinos um futuro melhor”. O republicano norte-americano endossou a proposta, afirmando que há “grande cooperação com os países vizinhos”.
A iniciativa, caso levada adiante, seria considerada uma forma de limpeza étnica, conforme apontam analistas. Netanyahu tentou suavizar a fala: “O presidente quer que eles tenham escolha, opção. Se quiserem deixar Gaza, que possam”. O conflito já deixou cerca de 60 mil palestinos mortos e mergulhou o território em uma crise humanitária severa.
“Não estou feliz com o presidente (Wladimir) Putin. (…) Eu estou interrompendo guerras. Detesto ver pessoas mortas”, ressalta o presidente americano Donald Trump em encontro na Casa Branca com o Primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu.
➡ Assista ao #EmPauta:… pic.twitter.com/jlVy4L6hBl
— GloboNews (@GloboNews) July 7, 2025
Trump também evitou endossar a solução de dois Estados, proposta oficial dos EUA para o conflito entre Israel e Palestina. Quando questionado, respondeu: “Não sei. Pergunte para Netanyahu”.
O premiê israelense rejeitou novamente a proposta, afirmando que um Estado palestino seria usado para atacar Israel. “Os palestinos tinham um Estado em Gaza: o Estado do Hamas”, disse, alegando que os recursos foram usados para cavar túneis e cometer ataques.
O encontro também incluiu declarações sobre outros temas internacionais. Donald Trump exaltou o recente ataque aéreo contra instalações nucleares iranianas e afirmou estar aberto ao diálogo com Teerã, embora tenha elogiado a ação militar. Ao lado dele, Benjamin Netanyahu anunciou que indicou o republicano ao Prêmio Nobel da Paz, entregando em mãos uma cópia da carta enviada à organização norueguesa responsável pela premiação.
Sobre a guerra na Ucrânia, o republicano afirmou que enviará mais armas ao país para conter os ataques russos, embora, dias antes, tenha suspendido o envio de mísseis Patriot e munições de precisão. “Eles precisam ser capazes de se defender”, declarou, em mais uma mudança de posição sobre o conflito europeu.
“Gostamos da vida para nós e nossos vizinhos. Queremos paz entre nós e todo Oriente Médio. Com a liderança do presidente (Donald) Trump, poderemos trabalhar juntos e conseguir uma paz abrangente que inclua todos os nossos vizinhos”, afirma o Primeiro-ministro de Israel Benjamin… pic.twitter.com/LfOscgUmAA
— GloboNews (@GloboNews) July 8, 2025
Em relação à guerra em Gaza, Netanyahu reiterou que não aceitará um cessar-fogo que permita ao Hamas manter presença no território. Apesar das negociações em andamento no Qatar, ele reafirmou que a destruição completa do grupo é o objetivo central da ofensiva israelense.
O premiê também reforçou que, ao final do conflito, Israel manterá o controle militar sobre Gaza, o que tem gerado críticas de aliados europeus e reforçado o apoio da extrema direita israelense.