Na Casa Branca, Netanyahu fala em expulsar palestinos de Gaza e Trump concorda com o plano

Atualizado em 7 de julho de 2025 às 23:38
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, posando para foto lado a lado
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu – Reprodução

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, voltaram a sugerir, nesta segunda-feira (7), a expulsão de palestinos da Faixa de Gaza, território onde milhões vivem há gerações. Com informações da Folha de S.Paulo.

Durante reunião na Casa Branca, o primeiro-ministro israelense declarou: “Estamos trabalhando com os EUA para encontrar países dispostos a concretizar o que sempre dizem: que querem dar aos palestinos um futuro melhor”. O republicano norte-americano endossou a proposta, afirmando que há “grande cooperação com os países vizinhos”.

A iniciativa, caso levada adiante, seria considerada uma forma de limpeza étnica, conforme apontam analistas. Netanyahu tentou suavizar a fala: “O presidente quer que eles tenham escolha, opção. Se quiserem deixar Gaza, que possam”. O conflito já deixou cerca de 60 mil palestinos mortos e mergulhou o território em uma crise humanitária severa.

Trump também evitou endossar a solução de dois Estados, proposta oficial dos EUA para o conflito entre Israel e Palestina. Quando questionado, respondeu: “Não sei. Pergunte para Netanyahu”.

O premiê israelense rejeitou novamente a proposta, afirmando que um Estado palestino seria usado para atacar Israel. “Os palestinos tinham um Estado em Gaza: o Estado do Hamas”, disse, alegando que os recursos foram usados para cavar túneis e cometer ataques.

O encontro também incluiu declarações sobre outros temas internacionais. Donald Trump exaltou o recente ataque aéreo contra instalações nucleares iranianas e afirmou estar aberto ao diálogo com Teerã, embora tenha elogiado a ação militar. Ao lado dele, Benjamin Netanyahu anunciou que indicou o republicano ao Prêmio Nobel da Paz, entregando em mãos uma cópia da carta enviada à organização norueguesa responsável pela premiação.

Sobre a guerra na Ucrânia, o republicano afirmou que enviará mais armas ao país para conter os ataques russos, embora, dias antes, tenha suspendido o envio de mísseis Patriot e munições de precisão. “Eles precisam ser capazes de se defender”, declarou, em mais uma mudança de posição sobre o conflito europeu.

Em relação à guerra em Gaza, Netanyahu reiterou que não aceitará um cessar-fogo que permita ao Hamas manter presença no território. Apesar das negociações em andamento no Qatar, ele reafirmou que a destruição completa do grupo é o objetivo central da ofensiva israelense.

O premiê também reforçou que, ao final do conflito, Israel manterá o controle militar sobre Gaza, o que tem gerado críticas de aliados europeus e reforçado o apoio da extrema direita israelense.