Na Globo, nada ainda: no Big Brother gringo, racismo de confinados rende demissão e ostracismo

Atualizado em 10 de fevereiro de 2019 às 13:40
Paula von Sperling tem disparado comentários racistas no BBB19, mas a Globo não os exibe na TV. Foto: Reprodução/TV Globo

Luciano Guaraldo no site Notícias da TV informa que, nas edições do Big Brother realizadas nos Estados Unidos e na Inglaterra, demonstrações de racismo renderam punições sérias aos acusados, que foram demitidos de seus empregos e punidos pelo público, além de caírem no ostracismo após o reality. É uma situação bem diferente da que ocorre atualmente no Big Brother Brasil 19, da Globo.

Por aqui, Paula von Sperling tem disparado comentários de teor racista no confinamento, mas até agora não foi punida. Pelo contrário: a advogada aparece como favorita ao prêmio de R$ 1,5 milhão nas enquetes do Notícias da TV e do UOL.

Boa parte da popularidade de Paula com o público brasileiro se deve ao fato de a Globo não mostrar nenhuma das falas controversas da loira na edição que vai ao ar na TV aberta. Apenas quem acompanha o reality no pay-per-view ou no Globoplay se depara com os comentários da mineira.

Na 15ª temporada do Big Brother norte-americano, realizada em 2013 e batizada de “o verão da polêmica” pela imprensa dos EUA, a rede CBS até tentou esconder o racismo dos participantes GinaMarie Zimmerman, Aaryn Gries e Spencer Clawson. Mas as reclamações do público que acompanhava a transmissão 24 horas chegaram a tal ponto que a emissora cedeu e transformou o preconceito dos confinados em um dos principais temas do reality.

Aaryn, a mais criticada, chegou a declarar que uma das participantes, a asiática Helen Kim, deveria “calar a boca e ir fazer arroz”. Também usou expressões de teor homofóbico e disparou sobre a negra Candice Stewart: “Cuidado com o que falam no escuro, vocês podem nem perceber que a vadia está do seu lado”.

GinaMarie e Clawson também foram criticados por comentários preconceituosos e, apesar de chegarem à final do programa, foram derrotados pelo professor gay Andy Herren, um dos principais alvos dos “vilões” da temporada.

Assim que saíram da casa, os três descobriram que tinham sido demitidos de seus empregos: Aaryn era modelo e foi dispensada por sua agência; Clawson era condutor de trem e foi afastado da empresa; já GinaMarie trabalhava como preparadora de meninas para concursos de beleza e talentos. “Eu queria ser um exemplo positivo para as crianças, e agora não vou poder vê-las mais”, desabafou.