Na guerra entre carros e bicicletas, 10 maneiras de escapar de um acidente de bike

Atualizado em 4 de novembro de 2014 às 12:53

bike

 

Nestes novos tempos em que as ciclovias começam a fazer parte da paisagem cotidiana das grandes cidades mais pessoas se sentem encorajadas a pedalar. Ótimo, afinal, a ideia é essa mesmo: deixar o carro em casa e utilizar a magrela como meio de transporte para pequenos, médios e até longos percursos. Só depende da disposição e da saúde de cada um.

O efeito colateral dessa boa prática – sempre existe um – pode ser um desagradável acidente. Até mesmo porque a falta de hábito dos novos ciclistas, assim como a falta de educação de alguns motoristas, podem potencializar os riscos nas ruas.

O site Grist, especializado em questões de sustentabilidade, mas sempre com uma pegada leve e bem-humorada, enumerou algumas formas de se comportar caso esse episódio sem graça venha a acontecer na vida de um pedalante. O certo é sempre estar atento para evitar o pior. Mas se o revés vier e você se vir estatelado no asfalto tente manter a calma e lembrar de seguir os 10 passos, abaixo:

1 – Procure sair do meio da rua o mais rápido possível. Se é chato ser atropelado por um carro, ser atingido duas vezes é pior ainda;

2 – Faça uma rápida checagem do seu estado geral e não no da sua bicicleta. Nesse momento você é mais importante. Dane-se a sua magrela. Veja se está sangrando, se o seu capacete está rachado (você estava de capacete, né?). Verifique qualquer outro sinal de uma lesão mais grave. Todo o resto não importa nesse momento. (Nota do autor: Isso já aconteceu comigo. Certa vez estava eu pedalando em Salvador com minha namorada. Ela acabou caindo, machucou-se seriamente no braço esquerdo e quase foi atropelada por um ônibus. Em vez de ligar para o 190, como deveria ser, minha primeira reação foi pegar a bicicleta dela e ligar para o cara que havia nos alugado. Até hoje ela sente uma vontade incontrolável de apertar meu pescoço toda vez que lembra do episódio);

3 – Ligue para o 190. Você pode até não estar sentindo dor alguma no momento. Só está com muita raiva porque um motorista aloprado tentou achatar você no asfalto. Mas quando a adrenalina baixar você certamente vai sentir o corpo reclamar. Então será bom ter um médico do Samu do lado. E um policial também;

4 – Consiga o nome, endereço, telefone e informações do seguro do motorista. Agora é hora de racionalizar e correr atrás dos seus direitos. Veja também se há testemunhas e providencie os contatos delas. Com todo respeito aos policiais, nem sempre eles estarão do seu lado na hora de conseguir um resultado favorável na Justiça ou na companhia de seguros, caso você precise de uma bicicleta ou de um joelho novos.

5 – Fique frio. Encontre um lugar seguro para ficar até que a ambulância do Samu e a polícia cheguem. Repita o segundo passo. Agora, sim, é hora de ver como ficou a sua bike. Mesmo que ela esteja em ordem resista à tentação de subir nela e seguir seu caminho sem esclarecer a situação;

6 – Nunca diga ao motorista que resolveu te atropelar que não foi nada ou que foi sua culpa. Minimizar seus ferimentos ou os prejuízos com sua bike pode funcionar contra você, no caso de ter direito ao seguro;

7 – Se está tudo bem com você lembre-se de levar sua magrela ao mecânico para ter certeza de que ela também está, antes mesmo de sair pedalando. É preciso saber se não há rachaduras ou outros danos que possam causar novos acidentes;

8 – Pode haver esperanças de que o seguro do motorista cubra lesões a você e danos à bicicleta. Lute pelos seus direitos;

9 – A corda estoura do lado mais fraco e não é raro que os policiais achem que você provocou o acidente. Não é preciso, nem inteligente, desafiar o policial nessa hora. Entretanto, você pode consultar e até contratar um advogado. Já existem muitos deles especializados em acidentes com bicicletas;

10 – Finalmente, não desista de pedalar. A bicicleta é um ótimo veículo, faz bem à saúde e ao planeta. A melhor forma de tornar as ruas mais seguras para quem anda de bike é ter mais ciclistas exercendo sua cidadania e ocupando espaços na cidade.