Na ONU, Lula critica fome e diz que “falta vontade política para vencer desigualdades”

Atualizado em 19 de setembro de 2023 às 11:38
Lula discursa na abertura da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas, na sede da ONU, em Nova York. Foto: Timothy Clark/AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou, nesta terça-feira (19) nos Estados Unidos, na abertura do debate-geral da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).

Lula foi o primeiro presidente a falar nesta 78ª edição do debate, que reúne chefes de Estado e de governo, e ministros dos países da ONU. Tradicionalmente cabe ao Brasil abrir as discussões, realizadas todos os anos em Nova York.

O petista falou sobre as mudanças climáticas, e defendeu o desenvolvimento sustentável e o combate à fome e às desigualdades. Ele ainda argumentou pela resolução de conflitos armados e fez críticas a organismos internacionais, como a própria ONU e o FMI.

Lula abriu seu discurso na assembleia tratando da fome, citando que 735 milhões de pessoas em todo o mundo vão dormir “sem saber se terão o que comer amanhã”. Para o chefe do Executivo, “o mundo está cada vez mais desigual”.

“Há 20 anos, ocupei esta tribuna pela primeira vez. Volto hoje para dizer que mantenho minha inabalável confiança na humanidade, reafirmando o que disse em 2003. Naquela época, o mundo ainda não havia se dado conta da gravidade da crise climática” iniciou.

“Hoje, ela bate às nossas portas, destrói nossas casas, nossas cidades, nossos países, mata e impõe perdas e sofrimentos a nossos irmãos, sobretudo os mais pobres. A fome, tema central da minha fala neste Parlamento Mundial 20 anos atrás, atinge hoje 735 milhões de seres humanos, que vão dormir esta noite sem saber se terão o que comer amanhã”.

Lula também enfatizou a questão da desigualdade, abordando temas como a Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável.

O presidente brasileiro destacou iniciativas de combate à desigualdade, como o programa Brasil sem Fome e o Bolsa Família, bem como a recente lei que exige igualdade salarial entre homens e mulheres desempenhando a mesma função em empresas.

Ele ainda disse que o Brasil está fazendo sua parte para implementar todos os compromissos assumidos pelo país e, de forma voluntária, buscará a igualdade racial.

“A mais ampla e mais ambiciosa ação coletiva da ONU para o desenvolvimento pode se transformar no seu maior fracasso. A maior parte dos objetivos de desenvolvimento sustentável caminha em ritmo lento. Nesses sete anos que nos restam, a redução das desigualdades dentro dos países e entre eles deveria se tornar o objetivo-síntese da Agenda 2030”, afirmou.

“É preciso vencer a resignação que nos faz aceitar tamanha injustiça como natural. Para vencer a desigualdade, falta vontade política dos que governam o mundo”, ressaltou Lula.

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