Na Paulista, Tarcísio chama Moraes de ditador e tirano e ameaça o STF

Atualizado em 7 de setembro de 2025 às 17:55
Tarcísio de Freitas na Paulista

Durante o ato bolsonarista na avenida Paulista neste domingo (7), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), atacou pesadamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Disse que a delação do tenente-coronel Mauro Cid foi feita sob coação e não tem credibilidade.

“Não vamos aceitar a ditadura de um Poder sobre o outro. Chega”, afirmou, em tom inflamado. Ao ouvir o coro de “fora, Moraes” vindo do público, reforçou as críticas: “Talvez porque ninguém aguente mais. Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes. Ninguém aguenta mais o que está acontecendo neste país”.

Tarcísio também mandou seus seguidores agirem com mais firmeza para defender “liberdade, Estado de Direito e democracia representativa”. É o chamado apito de cachorro. Segundo ele, não há Independência real sem liberdade, e a população não pode continuar acuada diante do que considera abusos do Judiciário.

Afrontou o Supremo. “Deixa o Bolsonaro ir para a urna, qual é o problema?”, questionou. Em outro trecho, afirmou que Bolsonaro continua sendo a principal liderança da direita e que o país ainda “vai se reencontrar com ele”.

“Tentam criar uma narrativa de que o 8 de janeiro foi uma tentativa de golpe de Estado. Todos os advogados disseram que não conseguiram fazer a defesa. Será que isso nos dá um julgamento justo? Não existe documento, não existe ordem. Como vou condenar uma pessoa sem nenhuma prova? Se a gente está aqui hoje defendendo a anistia, essa anistia tem que ser ampla”, afirmou.

O governador citou o pastor Silas Malafaia, que teve o passaporte apreendido por ordem de Moraes, e cobrou publicamente a devolução do documento. “Devolvam o passaporte do pastor Silas Malafaia. Devolvam o caderno de sermões. Não é justo tomar isso de um sacerdote”, disse, fazendo referência à operação da Polícia Federal realizada em agosto, no Aeroporto do Galeão.

Tarcísio também criticou o que chamou de “ditadura de um Poder sobre o outro” e se dirigiu diretamente ao presidente da Câmara, Hugo Motta, pedindo que paute o projeto de anistia: “Deixe a Casa decidir. Tenho certeza de que ele vai fazer isso”. O governador tem atuado nos bastidores em favor da proposta golpista, ainda travada no Congresso.

Além de Tarcísio, outros nomes da extrema-direita participaram do ato, como Michelle Bolsonaro e lideranças religiosas. O tom geral dos discursos foi de ameaças ao STF, com ataques diretos a Moraes e à condução dos processos contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.