Na última semana de campanha, conheça a estratégia de Lula para vencer no 1º turno

Atualizado em 24 de setembro de 2022 às 7:07
Lula
Foto: Ricardo Stuckert

 

Faltando 8 dias para a eleição presidencial, a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) irá intensificar os ataques contra a abstenção, a busca pelo voto útil e a aproximação com os eleitores evangélicos, conforme revela reportagem da Folha de S.Paulo publicada neste sábado (24).

O último dia permitido para a realização de comícios é o dia 29, mesma data do debate da Globo. Depois dele, só são autorizadas carreatas, caminhadas e a distribuição de material, além da utilização de alto-faltantes e carros de som com os jingles dos candidatos.

Os petistas entendem haver um “ponto cego” nos últimos 3 dias, dada a dificuldade de monitorar-se a a formação de ondas eleitorais. O partido ainda vem do trauma de 2018, quando as campanhas de Dilma Rousseff em Minas e a de Suplicy em São Paulo, líderes das pesquisas durante a campanha toda, foram surpreendidas negativamente quando da abertura das urnas.

Um dos antídotos, segundo avaliações das coordenações de campanha, é o acompanhamento das redes sociais do adversário Jair Bolsonaro (PT) e seus aliados.

Com a caneta na mão, o atual mandatário tem naturalmente uma exposição maior e isso exige da militância a ocupação dos espaços físicos e virtuais para equilibrar o jogo: ou seja, o Partido dos Trabalhadores conta com sua militância orgânica para o chamado “sprint” final.

Outro foco de preocupação do partido oposicionista é o debate da Globo. A princípio, Lula deverá reservar dois dias para preparar-se para o encontro. O núcleo estratégico da campanha entende que o líder das pesquisas pode até jogar pelo empate, mas um erro seria fatal à tendência de crescimento que tem sido verificada nas últimas pesquisas e é primordial para a vitória sem a necessidade de segundo turno.

Não é pecado votar em Lula

 

“Não é pecado votar em Lula”, diz panfleto petista buscando voto evangélico. Foto: Reprodução

Outro foco é a busca dos evangélicos que ainda não se decidiram : serão realizados mutirões próximos de igrejas, nos moldes do que foi feito no último fim de semana. As figuras de Marina Silva e Geraldo Alckmin serão acionadas para a interlocução com esse segmento do eleitorado.

O PT imprimiu cerca de 1,5 milhão de panfletos voltados ao público gospel, que deverão ser entregues próximos a templos e suas cercanias, tais como pontos de ônibus e estações de metrô.

A ação está programada para acontecer em 15 estados: um dos materiais diz que “não é pecado votar em Lula” e outro apresenta uma passagem bíblica que, no entendimento dos petistas, contrapõe-se ao discurso bolsonarista: “as armas com as quais lutamos não são humanas; pelo contrário, são poderosas em Deus para destruir fortalezas”.

Um quarto ponto importante, já evidenciado pela fala final de Lula em sua entrevista concedida a Ratinho, no SBT, é a busca pela diminuição da abstenção. Relembre:

Um quinto aspecto que é tido como vital é a manutenção de um tom duro contra Bolsonaro. O objetivo é aumentar a já alta rejeição do adversário. Segundo a presidenta da sigla, é preciso reagir às pancadas de Bolsonaro: “Não podemos só nós levarmos a pancada”, disse Gleisi Hoffmann. “Ele iniciou uma campanha assim, de enfrentamento ao ex-presidente, de tentativa de desconstrução, de denúncias, as fake news. Então temos que fazer uma campanha mostrando como ele é também”.

De acordo com a última pesquisa Datafolha, Lula tem 50% dos votos válidos: ou seja, o acerto em qualquer uma dessas estratégias deve trazer ao PT a vitória já em 2 de outubro.

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link