O projeto de presidente que hoje lidera o país conseguiu elevar a sabujice internacional a novos patamares. FHC que sonhou um Brasil como um vira-lata que abana a cauda cada vez que o dono dá um aceno, deve estar se contorcendo de inveja.
O caso se deu nas negociações de venda da brasileira Embraer a empresa norte-americana The Boeing Company. A princípio a multinacional queria arrematar para si cerca de 80 a 90 por cento de participação no negócio.
Macho, Temer afirmou: “Perda do controle da Embraer nem pela via direta nem pela indireta”.
Já dizia o ditado, quem não te conhece que te compre.
Levado à chincha, o que parecia um rugido de leão em defesa da soberania nacional, transformou-se num miado de gato que ronrona ao ser acariciado.
Avançada as negociações, ficou acordado que a Boeing terá fatia de 51% na nova empresa. O percentual, afirma o governo como um feito a ser celebrado, foi uma “exigência” sua prontamente aceita pela multinacional.
Não precisamos aqui falar sobre o crime de lesa-pátria que representa a transferência do controle para o capital internacional de nossa maior empresa de tecnologia e uma das maiores do mundo em fabricação de aeronaves.
Basta apenas vislumbrarmos que, concretizada a venda, não só abrimos mão de mais uma empresa estratégica para o país como, na prática, colocamos em risco projetos de alta complexidade que envolvem diretamente a segurança nacional.
Nessa toada, considerando a política de sucateamento de nossa indústria, seguimos uma premissa que parece obedecer a uma regra simples: vendemos para fora tudo aquilo que não conseguirmos destruir.
Visto que, consumado o golpe de 2016, retornamos à puída pauta entreguista das eras anteriores ao primeiro mandato do ex-presidente Lula, o nonsense de toda essa história fica a cargo da ridícula pretensão do governo em querer fazer crer que possui alguma voz ativa nas atuais relações internacionais.
Ao “exigir” que a Boeing adquira “apenas” 51% da Embraer, Temer deu uma resposta forte, retumbante e definitiva aos anseios dos americanos em controlar o que de melhor o Brasil produz.
Em alto e bom som para que o mundo inteiro tome ciência, Michel Temer bradou: sim, senhor.