
Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo, continua ativo na internet mesmo com a suspensão de suas contas nas redes sociais pela Justiça Eleitoral.
Perfis aparentemente sem qualquer ligação com o influenciador estão exibindo anúncios pagos no Google e na Meta (dona do Facebook, Instagram e WhatsApp) de produtos de apoio à candidatura de Marçal, especialmente bonés.
Os anúncios, vindos de diversas contas, apresentam designs similares e foram patrocinados em datas próximas, ampliando a presença de Marçal na web. A prática configura abuso de poder econômico, segundo as regras eleitorais.
Por definição, o tribunal considera abuso de poder econômico em matéria eleitoral a “utilização excessiva, antes ou durante a campanha eleitoral, de recursos materiais ou humanos que representem valor econômico, buscando beneficiar candidato, partido ou coligação, afetando assim a normalidade e a legitimidade das eleições”.

Bonés com a letra M, por exemplo, uma alusão ao bordão “Faz o M” adotado pela campanha do candidato do PRTB, estão entre os produtos com referência ao influenciador mais anunciados nas redes sociais da Meta.
Segundo reportagem da Lupa, foram identificados 2,3 mil anúncios mencionando “Pablo Marçal”, todos fora das contas oficiais do influenciador. Entre os anúncios, 700 promovem bonés “M de Marçal”, e incitam apoio ao candidato com mensagens de incentivo.
“Um dos pilares da legislação eleitoral é que haja equilíbrio de forças. A venda desses produtos aparenta ser uma estratégia de marketing digital por meio da qual o candidato mostra poderio econômico para desequilibrar a campanha dos concorrentes. O poderio econômico que causa desequilíbrio é vedado pela lei eleitoral”, explicou o advogado Alexandre Atheniense, especialista em direito digital na área eleitoral.
“Se tem ou não relação direta com o candidato é irrelevante. Se o TSE entender que é um caso de abuso de poder econômico para obter vantagem política e a prática beneficiar o candidato, é ilícito”, acrescentou o advogado.
A maioria das contas foram criadas após a suspensão dos perfis de Marçal, em 24 de agosto. Outras contas antigas mudaram seus nomes para apoiar Marçal.