“Não cultivamos em Minas a cultura da exclusão”: Pacheco rebate Zema e defende “união nacional”

Em resposta às declarações do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), sobre o protagonismo do Sul e Sudeste em relação ao Norte e Nordeste, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), rebateu afirmando que o estado não cultiva a cultura da exclusão e que o país deve se inspirar no exemplo de união promovido por JK, um ilustre mineiro.

“Não cultivamos em Minas a cultura da exclusão. JK, o mais ilustre dos mineiros, ao interiorizar e integrar o Brasil, promoveu a lógica da união nacional. Fiquemos com seu exemplo. Ao valoroso povo do Norte e Nordeste, dedico meu apreço e respeito. Somos um só país”, afirmou.

As declarações de Zema, que comparou a região Nordeste com “vaquinhas que produzem pouco” em relação ao bloco Cossud (Consórcio Sul-Sudeste) em busca de protagonismo, geraram reações por parte dos governadores do Nordeste. O debate está ligado à tramitação da Reforma Tributária no Senado.

Na entrevista ao Estadão, Zema mostrou preocupação com um fundo sendo criado para o Nordeste, Centro-Oeste e Norte, questionando a ausência de ações sociais para o Sul e Sudeste, apesar de também enfrentarem desafios sociais. O deputado estadual Ulysses Gomes, líder da oposição ao governador em Minas Gerais, criticou suas declarações e associou-o ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

O deputado federal Aécio Neves, também de Minas Gerais, enfatizou a importância de defender os interesses do estado sem estabelecer alvos ou discriminar regiões. Ele destacou a necessidade de alianças com outras regiões, especialmente o Nordeste, reiterando que Minas nunca foi antagonista das regiões mais pobres do país.

“Infelizmente, o governador Zema, talvez por não ter se expressado da forma adequada, acabou por criar mais problemas que as soluções que busca. Sempre precisamos e muitas vezes contamos com alianças com outras regiões, em especial o Nordeste brasileiro. Minas nunca foi antagônico às regiões mais pobres do país, até porque fazemos parte delas, muito menos imaginou liderar esse antagonismo”, afirmou Aécio em nota.

Esse cenário retrata uma polêmica política envolvendo questões de regionalismo e busca por equilíbrio e cooperação entre as diferentes partes do Brasil.

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