Não é mudança de metodologia, é ocultação de cadáveres. Por Fernando Brito

Atualizado em 6 de junho de 2020 às 22:04
Bolsonaro e Wizard

Publicado originalmente no Tijolaço:

Por Fernando Brito

Os jornais falam que o governo fez uma “mudança de metodologia” na contagem das vítimas da pandemia.

Não fez.

Mudança de metodologia seria, por exemplo, usar o diagnóstico clínico para a contagem dos casos de Covid-19, pela incapacidade de aplicar testes em quantidade suficiente.

O que está em curso é outra coisa, é a tentativa de esconder os cadáveres, aos milhares, que a epidemia está fazendo pelo Brasil.

Carlos Wizard, bilionário mórmon que foi colocado à frente da Secretaria de Ciência, dedica-se à arte de, a partir do nada, definir que há uma “supernotificação” de casos de morte pela doença:

“A orientação do Ministério da Saúde anteriormente era ficar em casa. A pessoa estava em casa e morria por uma razão qualquer. Conclusão: nunca foi testado, nunca foi no médico e o atestado é que morreu por Covid.”

É o mais completo exercício de “chutologia epidêmica” que se tem notícia, como se os médicos dessem atestados de óbito a granel tendo o vírus como causa mortis, por “modismo”.

Metodologia?

O que o governo brasileiro pretende não conseguirá, é evidente, fazer chama-se ocultação de cadáveres.